A videira é uma planta perene adaptada as mais diversas condições climáticas. Esta ampla gama de latitudes abrange desde regiões frias, passando por regiões temperadas e regiões tropicais. Portanto, não é possível definir as condições climáticas ideais para produzir vinhos de alta qualidade porque em todas estas latitudes se produzem grandes vinhos: o que devemos determinar são as variedades mais adaptadas a cada uma destas regiões.
O impacto do clima na fisiologia da videira está relacionado com a soma das temperaturas ativas (soma das temperaturas acima de 10 oC desde a brotação até a colheita), que influi na fenologia da videira; e, o equilíbrio hídrico.
Quanto ao equilíbrio hídrico, devemos considerar que o tamanho da baga depende da disponibilidade de água durante o período de sua formação (floração a inicio da maturação). Ojeda et al. 2001 observaram que a restrição hídrica durante a formação da baga não afeta a divisão celular, porem diminui o volume celular e esta diminuição é irreversível. A redução do tamanho da baga é um fator importante como parâmetro de qualidade, devido à maior relação casca/polpa que proporciona maior capacidade de extração dos compostos fenólicos (especialmente antocianinas) na fermentação.
Este ano, em todas as regiões viticolas do Rio Grande do Sul, a precipitação pluviométrica durante a fase de formação das bagas de uva foi abaixo do normal e isto interferiu no tamanho das bagas (bagas menores). Por si só já seria um prenuncio de melhor qualidade da uva, mas somem-se a isto o estresse hídrico que está sendo causado durante a fase de maturação, como resultado, tudo indica, teremos uma safra de excepcional qualidade e isto está sendo demonstrado na colheita das variedades precoces.