No período inicial do ciclo vegetativo da videira, que vai da abertura das gemas a floração, o rápido crescimento vegetativo requer grande quantidade de carboidratos e minerais. Como neste período a formação de novas raízes ainda é pequena e as folhas, na grande maioria, em formação não são muito ativas fotossinteticamente, a planta, para suas necessidades, retira os carboidratos e elementos minerais que foram armazenados nas raízes, tronco e braços no período pós-colheita do ano anterior.
Após a floração, normalmente, há folhas e raízes suficientes para poder suprir as necessidades da videira em carboidratos e elementos minerais. Porém, durante a maturação dos frutos as reservas podem ser requeridas novamente se ocorrer alguma adversidade que impacte o processo fotossintético, como; altas temperaturas, estresse hídrico, muitas folhas sombreadas e produção excessiva. O resultado é que estas demandas reduzem drasticamente as reservas na planta.
No período pós-colheita até a queda das folhas, como o crescimento da planta cessou e não há mais frutos para alimentar, é a oportunidade que ela tem de repor o estoque de reservas de carboidratos e elementos minerais nas raízes, tronco e braços.
A videira, como todas as plantas, obtém os carboidratos via a fotossíntese nas folhas. Isto demonstra a importância de manter as folhas sadias, após a colheita, para que possam produzir bastantes carboidratos que irão à sua totalidade compor as reservas para o ciclo seguinte.
Quanto aos elementos minerais, estes são retirados do solo, mas no outono, antes da queda das folhas, uma quantidade significante move-se das folhas para a madeira. A manutenção da sanidade e funcionalidade das folhas durante o outono é importante para manter a transpiração da planta, pois a absorção dos nutrientes é dependente deste processo. Portanto, devem ser realizados tratamentos fitossanitários pós-colheita para manter as folhas sadias e funcionais até a entrada do inverno.
Quanto à absorção dos nutrientes após a safra, segundo Shayne Hackett e Kristy Bartrop (2011), o fósforo continua sendo absorvido até a queda das folhas, mas quanto ao potássio a absorção é muito pequena. Cálcio e magnésio são acumulados nas raízes e na madeira após a colheita, mas muito pouco de ambos os nutrientes retorna das folhas. O nitrogênio é o elemento de maior absorção no período pós-colheita e que mais contribui na reserva de minerais no inverno. A adubação nitrogenada pós-colheita, nos solos com baixo teor de matéria orgânica, é muito importante.
Além de tratamentos fitossanitários e suplementação mineral, outra prática indicada na pós-colheita é a semeadura de cobertura verde que estrutura o solo e o enriquece com macro e micro nutrientes.