A poda consiste na eliminação ordenada de uma
porção da copa, normalmente sarmentos com gemas ou brotos com folhas e,
ocasionalmente, raízes. Isto produz alterações importantes na planta, que podem
ser positivas ou negativas, por isto deve ser feita por pessoas que tenham
conhecimento e com objetivos bem claros.
A
poda de produção deve conferir-lhe facilidade de manejo (controle das dimensões
da videira, manutenção da forma original), adequada iluminação no interior da
copa (espaço entre os esporões e/ou varas e os brotos), controle da carga de
frutos (localização da madeira de produção, quantidade de flores e frutos,
qualidade dos frutos, uniformidade de produção ao longo dos anos), longa vida
(manter o vigor, regulando competências e evitar o envelhecimento), sanidade
(eliminação da madeira doente ou morta) e também persegue reparar danos ou
deformações.
A
poda pode ajudar a atenuar os elementos adversos como geadas primaveris,
excesso de temperatura e umidade nos cachos, etc.; embora não seja fator
decisivo visto que, uma variedade bem adaptada, um sistema de condução
apropriado e outros aspectos do cultivo, tenham um papel mais importante.
A
poda pode atrasar o inicio da brotação e com isto reduzir o risco de geadas
primaveris ou evitar condições climáticas adversas em momentos críticos do
período fenológico, tais como o inicio da maturação. Este efeito pode ser
conseguido mediante a poda tardia, logo antes da brotação e inclusive mediante
a execução de duas podas: uma pré-poda, onde se deixa somente os sarmentos que
formarão os futuros esporões ou varas, porém com um maior numero de gemas e
após a poda definitiva, quando se calcula que o período de geadas passou,
deixando então a videira com a carga correta de gemas.
A
característica principal que relaciona uma variedade com a poda é a fertilidade
das gemas, entendendo-se esta como o número de inflorescências por broto.
Variedades férteis em suas gemas basais admitem poda curta, inclusive esporões
de uma única gema. Ao contrário, existem outras variedades que somente possuem
fertilidade nas gemas mais altas, quarta, quinta ou mais; exigindo, por tanto,
uma poda longa.
Entende-se
por fertilidade das gemas o número de cachos que é capaz de originar. Existe
uma grande flutuação de valores de fertilidade: nas gemas basais, geralmente, é
reduzida ou nula porque estas se formam num período desfavorável a
diferenciação. O mesmo pode-se dizer das gemas da extremidade apical, enquanto
que na faixa central do sarmento a fertilidade é mais alta, porque durante o
seu desenvolvimento as gemas foram beneficiadas por uma melhor nutrição e
melhor condição climática.
O
método mais comum de determinar a carga de gemas é empírico e se baseia no
vigor, tomando-se como base a quantidade e o tipo de lenho presente (diâmetro,
comprimento e ramificações dos sarmentos). De ano em ano faz-se ajustamentos
para mais ou para menos. Outro método baseia-se na pesagem dos sarmentos
resultantes da poda, de certo número de plantas representativas, comparando-se
com o do ano anterior.