quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PODA DE INVERNO


PREPAREM AS TESOURAS

                Com o aumento da temperatura verificado nos últimos dias, e segundo previsão do IRGA para os próximos quinze dias é que teremos queda de temperatura entre os dias 20 e 24 e após subirá novamente, a conseqüência disto é que as videiras iniciem o processo de brotação, principalmente as variedades mais precoces. Aliás, verifiquei na região da Campanha Oriental que as variedades precoces estão inchando as gemas.  Por este motivo está na hora de preparar as tesouras e executar a poda.
                A poda é uma operação básica de cultivo e que complementa e contribui com os demais tratos culturais da videira, como manejo do dossel vegetativo, controle de pragas e doenças, poda verde, raleio de cachos e colheita.
                Ao realizarmos a operação da poda devemos priorizar o desenvolvimento lenhoso de sustentação, ou madeira de carga, de modo que distribua a produção em toda a planta, ocupe o espaço entre as plantas e que tenha condições de produção uniforme no correr dos anos, de acordo com a capacidade dos sarmentos (ramos) e das videiras, com a finalidade de regular a produção e obter colheitas uniformes e com frutos de qualidade. Portanto, o objetivo principal da poda é manter o equilíbrio entre a vegetação (vigor da planta, área foliar) e a produção (número e peso dos cachos). Está implícito que a poda regula as duas atividades, sobretudo determinando a carga de gemas (número de gemas por planta) e a distribuição destas gemas no espaço reservado a cada videira conforme o sistema de sustentação empregado. Isto significa dizer que não existe uma fórmula única de poda e sim que depende do vigor de cada planta.
                A característica principal que relaciona uma variedade com a poda é a fertilidade das gemas, entendendo-se esta como o número de inflorescências por broto (ou, o número de cachos que é capaz de gerar por broto). Variedades férteis em suas gemas basais admitem poda curta, inclusive esporões de uma única gema. Ao contrário, existem outras variedades que somente possuem fertilidade nas gemas mais altas, quarta, quinta ou mais; exigindo, por tanto, uma poda longa (poda em vara). A fertilidade é condicionada grandemente a variedade, ao clima, às condições gerais de nutrição e sanitárias, ao tipo de poda, à porta-enxerto, etc. Dentro de certos limites, a fertilidade da gema é correlacionada positivamente ao vigor do sarmento e do tronco; vigor excessivamente baixo e alto deprime a fertilidade das gemas
                Ao realizarmos a poda produzimos feridas, algumas maiores, outras menores. Quando cortamos alguma parte da videira com madeira de mais de dois anos (Ex. esporões), causamos uma ferida relativamente grande e esta é uma porta de entrada de patógenos, principalmente os causadores da morte descendente das plantas. Esta doença ultimamente tem causado sérios danos tanto nas uvas européias (Vitis vinifera), como nas americanas e hibridas.

                Ao realizarmos um corte e notarmos este sintoma, devemos eliminar a parte afetada até encontrarmos o lenho totalmente sadio e sobre esta ferida aplicar um protetor. Sobre as feridas maiores da poda, embora não tenha sintomas da doença, também deve ser aplicada uma camada protetora. Para protegermos estas feridas podemos usar:
                1 – Tinta plástica com fungicida - num litro de tinta plástica adicionar 20 gr ou 20 ml de Tiofanato metílico ou Tebuconazole.
                2 – Pasta bordalesa – formada pela mistura de 2 kg de sulfato de cobre, mais 2 kg de cal e 10 litros de água.
                Tanto a tinta plástica com fungicida, como a pasta bordalesa devem ser pinceladas sobre as feridas, logo após a poda.

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