domingo, 9 de outubro de 2011

PODA VERDE DA VIDEIRA



                Durante o ciclo da videira todas as etapas do período vegetativo são importantes, devido às trocas fisiológicas que ocorrem. Por este motivo, o modo e o momento da realização das práticas culturais transformam-se em parâmetros críticos para a obtenção dos resultados esperados.
                Logo no inicio da brotação, devido à temperatura ser relativamente baixa, o crescimento do broto é lento, mas à medida que a temperatura aumenta o seu ritmo também aumenta, podendo chegar a crescer de 2 a 10 cm por dia. A velocidade de crescimento e o vigor do broto dependem da disponibilidade de nutrientes e de água.
                Durante esta fase inicial do desenvolvimento, assim que os cachos forem visíveis, faz-se a primeira poda verde. Nesta poda verde eliminamos os brotos inférteis e os que saem das gemas basais e casquentas, desde que não sejam necessários para a renovação ou substituição de esporões na próxima poda, e, ainda, os brotos duplos. Sempre devemos considerar que se na poda planejamos deixar um esporão com duas gemas é porque queríamos dois brotos por esporão, então tudo que tiver em excesso deve ser eliminado. A eliminação dos brotos inférteis ou os que sobram, uniformiza o crescimento da folhagem e evita o sombreamento de folhas e principalmente dos cachos. O principio da poda verde é favorecer a iluminação dos cachos e das gemas e a exposição das folhas à luz solar. Esta prática limita o uso das reservas de nutrientes aos brotos que nos interessam e assegura a fertilidade das gemas em formação.
                Nesta operação não devem ser eliminadas folhas, porque, no período que vai da brotação à floração, as folhas localizadas na zona dos cachos e logo acima deles possuem maior conteúdo de clorofila, e, portanto, maior atividade fotossintética. À medida que nos distanciamos progressivamente para a extremidade do sarmento o aumento do conteúdo de clorofila ocorre mais tarde. Por exemplo: as folhas na zona dos cachos terão a máxima capacidade fotossintética na formação dos frutos, enquanto que as folhas apicais terão na maturação dos frutos.
Para se conseguir o máximo benefício é necessário, também, conduzir os brotos na vertical. Quando esta condução é feita cedo assegura a fixação dos brotos, via gavinhas, nos arames, assegurando assim a exposição de todos os sarmentos a um micro clima favorável que permite ótimo funcionamento das folhas e dos cachos e evitam-se os danos que o vento pode causar. Além disso, a correta distribuição dos sarmentos contribuirá para o melhor controle das enfermidades e para a maturação uniforme das bagas. O maior fluxo de ar através da folhagem, quando os sarmentos forem bem conduzidos, reduz a temperatura nos grãos, que acaba melhorando a qualidade da uva, especialmente quando durante os meses de verão as temperaturas forem elevadas.
Sempre devemos manipular a planta de modo a deixarmos suficiente superfície foliar para permitir o correto desenvolvimento da uva e a entrada de luz solar no interior da folhagem, porem interceptando ao mesmo tempo o excesso de radiação sem perder energia utilizável.
É evidente que é necessário integrar bons procedimentos de gestão da folhagem dentro do ciclo de crescimento, adaptando-os aos requisitos fisiológicos da videira e as condições climáticas da região.

2 comentários:

  1. No caso da condução em espaldeira, os chupões, que nascem no tronco e nos braços devem ser eliminados para evitar a competição com os brotos produtivos, a não ser que algum seja necessário para renovar ou formar um novo esporão na poda seguinte. Além destes, se elimina alguns brotos produtivos (principalmente nos duplos) para deixar a densidade apropriada de 18 a 20 brotos por metro linear.

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