domingo, 5 de agosto de 2012

A PODA DA VIDEIRA


A PODA DA VIDEIRA



                A poda é uma operação básica de cultivo do vinhedo praticada desde os primórdios da viticultura, pois encontramos citações na literatura grega e também na Bíblia sobre esta prática. Dentro da evolução vitícola a poda é uma das operações de cultivo que menos evoluíram.

Mediante a poda o viticultor adapta seu vinhedo às possibilidades reais que existem de solo, clima, meio biológico, variedade, etc. Objetivando-se sempre estabelecer e manter a videira, numa forma que reduza trabalhos e facilite as operações no vinhedo, tais como; manejo, controle de enfermidades e pragas, poda verde, raleio e colheita. Procurando distribuir o desenvolvimento lenhoso de sustentação ou da madeira de carga em toda a planta, entre as plantas e ao correr dos anos, de acordo com a capacidade dos sarmentos e das videiras, com a finalidade de regular a produção e obter colheitas uniformes e com frutos de qualidade.

A poda complementa e contribui com os demais elementos culturais: irrigação, fertilização, etc. Portanto, esta não pode ser considerada separadamente senão que, como tal ferramenta, é utilizada, junto às demais técnicas culturais e em função das possibilidades de cada planta, como um meio para alcançar as metas previstas minguando os aspectos desfavoráveis e potencializando os favoráveis.

A poda de produção tem como objetivo principal manter um determinado equilíbrio entre a vegetação (vigor, superfície folhar) e produção (numero e peso dos cachos). Está implícito que a poda regula as duas atividades, sobretudo determinando a carga de gemas (número por planta) e a distribuição no espaço vital reservado a cada videira conforme o sistema de sustentação, que obviamente deve ser mantido durante os anos, renovada, e, se necessitar, modificada ou substituída.

Os critérios do numero de gemas por metro a deixar dependem de muitos fatores, entre eles: histórico de produção, fertilidade das gemas, quilos de uva por hectare projetado, percentagem de brotação e densidade de plantio. A combinação de todos estes fatores é de grande ajuda para poder decidir, porém, deve-se levar em consideração o vigor de cada planta dentro do mesmo quadro e não podar todo o quadro da mesma maneira, já que poderíamos agravar o problema, deixando menor quantidade de gemas num setor vigoroso e muitas gemas por planta num setor débil.

Numa forma mais simples, se deixam as gemas suficientes para produzir o mesmo número de brotes do ano anterior, se existe equilíbrio, porém maior quantidade, até o ponto de não produzir sombra indesejável, se o vigor é excessivo, e menor quantidade se o vigor não foi suficiente. Em todo o caso, ambas as condições estão também relacionadas com o manejo da fertilidade e da umidade do solo. A poda muito severa, que determina uma carga baixa de uva, não permite expressar a capacidade da videira, aumenta o vigor dos brotos e provoca o nascimento de chupões, acentuando o desequilíbrio vegetativo/produtivo; uma poda muito suave, que determina uma grande quantidade de brotos e uma carga exagerada, deteriora o micro clima inicialmente, a maturação da uva e a lignificação dos sarmentos são deficientes e a videira se debilita.

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