A PODA DA VIDEIRA
A poda é uma operação básica de cultivo do vinhedo
praticada desde os primórdios da viticultura, pois encontramos citações na
literatura grega e também na Bíblia sobre esta prática. Dentro da evolução
vitícola a poda é uma das operações de cultivo que menos evoluíram.
Mediante a poda o viticultor adapta seu vinhedo às
possibilidades reais que existem de solo, clima, meio biológico, variedade, etc.
Objetivando-se sempre estabelecer e manter a videira, numa forma que reduza
trabalhos e facilite as operações no vinhedo, tais como; manejo, controle de
enfermidades e pragas, poda verde, raleio e colheita. Procurando distribuir o
desenvolvimento lenhoso de sustentação ou da madeira de carga em toda a planta,
entre as plantas e ao correr dos anos, de acordo com a capacidade dos sarmentos
e das videiras, com a finalidade de regular a produção e obter colheitas
uniformes e com frutos de qualidade.
A poda complementa e contribui com os demais
elementos culturais: irrigação, fertilização, etc. Portanto, esta não pode ser
considerada separadamente senão que, como tal ferramenta, é utilizada, junto às
demais técnicas culturais e em função das possibilidades de cada planta, como
um meio para alcançar as metas previstas minguando os aspectos desfavoráveis e
potencializando os favoráveis.
A poda de produção tem como objetivo principal
manter um determinado equilíbrio entre a vegetação (vigor, superfície folhar) e
produção (numero e peso dos cachos). Está implícito que a poda regula as duas
atividades, sobretudo determinando a carga de gemas (número por planta) e a
distribuição no espaço vital reservado a cada videira conforme o sistema de
sustentação, que obviamente deve ser mantido durante os anos, renovada, e, se
necessitar, modificada ou substituída.
Os critérios do numero de gemas por metro a deixar
dependem de muitos fatores, entre eles: histórico de produção, fertilidade das
gemas, quilos de uva por hectare projetado, percentagem de brotação e densidade
de plantio. A combinação de todos estes fatores é de grande ajuda para poder
decidir, porém, deve-se levar em consideração o vigor de cada planta dentro do
mesmo quadro e não podar todo o quadro da mesma maneira, já que poderíamos
agravar o problema, deixando menor quantidade de gemas num setor vigoroso e
muitas gemas por planta num setor débil.
Numa forma mais simples, se deixam as gemas
suficientes para produzir o mesmo número de brotes do ano anterior, se existe
equilíbrio, porém maior quantidade, até o ponto de não produzir sombra
indesejável, se o vigor é excessivo, e menor quantidade se o vigor não foi
suficiente. Em todo o caso, ambas as condições estão também relacionadas com o
manejo da fertilidade e da umidade do solo. A poda muito severa, que determina
uma carga baixa de uva, não permite expressar a capacidade da videira, aumenta
o vigor dos brotos e provoca o nascimento de chupões, acentuando o
desequilíbrio vegetativo/produtivo; uma poda muito suave, que determina uma
grande quantidade de brotos e uma carga exagerada, deteriora o micro clima
inicialmente, a maturação da uva e a lignificação dos sarmentos são deficientes
e a videira se debilita.
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