PROGRAMA DE
TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS - SUGESTÃO
Desde o inicio da brotação até a queda das folhas,
havendo condições climáticas favoráveis, podem ocorrer doenças na videira.
A
primeira doença que normalmente aparece, mediante condições de baixas
temperaturas, ventos frios e umidade, é a Escoriose. Para que ocorra o ataque é
necessário um período prolongado de chuva (cerca de 10 horas) e baixa
temperatura, porem os sintomas somente aparecerá cerca de 21 a 30 dias após o
ataque. Esta é a razão de iniciar os tratamentos logo no inicio da brotação
(ponta verde) e seguir até que o novo broto tenha 3 a 4 folhinhas abertas.
Os
produtos indicados para o controle desta doença são:
Dithianon e Mancozeb.
Realizar no
mínimo dois tratamentos com um destes produtos, mas se a temperatura for baixa
os brotos tendem a crescer mais lentamente e então se recomenda realizar mais
um ou dois tratamentos.
A partir do broto com 3 a 4 folhas
abertas há probabilidade de ocorrer ataque de Antracnose e Míldio
concomitantemente. Portanto, devemos realizar tratamentos preventivos para as
duas doenças.
ANTRACNOSE= Os conídios da antracnose
germinam e causam a infecção primária quando existir água livre pelo período de
12 horas e temperatura entre 2 e 32 oC; as infecções subsequentes
variam quanto ao tempo de aparecimento do sintoma em função da temperatura. Os
ataques de Antracnose podem ocorrer enquanto a temperatura média se manter
abaixo de 15 oC.
No
caso da Antracnose os produtos indicados são:
Tiofanato metílico, Difeconazole
e Imibenconazole
.
MÍLDIO = Na primavera quando a temperatura ultrapassar 10 a 11 oC e
ocorrer uma chuva de no mínimo 10 mm, ocorre à germinação, podendo também
iniciar a germinação com temperaturas entre 3 a 4 oC até 34 oC,
com o ótimo entre 23 a 25 oC. O tempo decorrido entre a infecção e o
aparecimento dos primeiros sintomas (mancha de óleo na parte superior da folha)
é de aproximadamente 4 dias, dependendo da idade da folha, cultivar,
temperatura e umidade. Cerca de um a três dias após o aparecimento da
mancha de óleo surge a mancha de conídios (mancha branca) na parte inferior da
folha.
Tratando-se
de controle preventivo do Míldio, devemos considerar as condições climáticas e
o estágio de desenvolvimento da vegetação.
a)
– Primeira fase
- A partir do broto com 3 a 4 folhas até o pré-florescimento.
Condições de tempo normais – pouca chuva
Se o tempo não for muito chuvoso podemos usar
produtos de contato, preservando os de profundidade e sistêmicos para mais
tarde. Produtos indicados:
Captana
, Clorothalonil , Dithianon , Folpet , Mancozeb , Metiran , Propineb , Hidroxido
de cobre e Oxicloreto de cobre.
Condições de tempo de muita chuva
Neste
caso aconselha-se utilizar produtos de profundidade (translaminares), deixando
os sistêmicos para mais tarde. Os produtos de profundidade por penetrarem no
interior dos órgãos da planta não são lavados pela chuva.
Cimoxanil + clorothalonil – usando-se
este produto não há necessidade de adicionar um produto para controle da
Antracnose, porque o Clorothalonil tem boa ação sobre esta doença.
Cimoxanil + Famoxadona , Cimoxanil +
Mancozeb , Cimoxanil + Zoxamida , Famoxadone
+ Mancozeb , Fenamidone e Zoxamida +
Mancozeb.
Seja
qual for à condição do tempo, escolha dois ou três fungicidas e alterne-os nas
aplicações.
b)
– Segunda fase -
A segunda fase vai da pré-floração até os grãos de uva tamanho de
aproximadamente um grão de ervilha. Nesta fase devemos usar produtos de profundidade
ou sistêmicos, tanto para tempo seco como para tempo chuvoso, pois é o período
de maior suscetibilidade ao Míldio.
Fosetil alumínio (sistêmico) , Metalaxil + Mancozeb
(sistêmico e contato), Benalaxil +
Mancozeb (sistêmico e contato), Azoxistrobina
(profundidade), Dimetomorfe (profundidade),
Iprovalicarbe + Propineb – (profundidade
e contato) e Piraclostrobina + Metiran (profundidade
e contato).
Escolher
dois ou três destes fungicidas e alterná-los nas aplicações.
Durante este período podemos usar Fosfito em
aplicações quinzenais, que ira dar resistências as plantas contra o Míldio.
c)
– Terceira fase
- Nesta terceira faze que vai da uva tamanho de um grão de ervilha ao início da
maturação, os fungicidas a serem aplicados devem ser escolhidos em função das
condições climáticas.
Condições
de tempo normal – pouca chuva - Usar
fungicidas de contato ou a base de cobre.
Condições
de tempo chuvoso - Escolher dois ou três produtos de
profundidade que não tenham sido utilizados nas outras pulverizações.
A partir do grão de uva tamanho de um grão de
ervilha, não devemos mais usar fungicidas sistêmicos porque a partir deste
estágio a transpiração dos grãos de uva cai muito e como os sistêmicos se
locomovem pela rota da transpiração, a quantidade de fungicida que chega ao
grão é muito pequena ou nula e por isso não haverá controle da doença na uva,
embora controle nas folhas.
OBS = em todos os tratamentos deve ser adicionado à
calda de fungicida o Espalhante Adesivo.
OÍDIO
Um
método eficiente de prevenir o ataque de Oídio é a pulverização com enxofre
molhável e o bom manejo da copa, copa aberta de modo que circule o ar e penetre
o sol. As pulverizações devem começar quando a brotação tem cerca de 20 cm de
comprimento repetidas quinzenalmente.
BOTRYTIS
Há
evidencias que os esporos infestam as flores durante o florescimento e neste
estágio, podem destruir totalmente ou parcialmente a inflorescência ou
permanecerem latentes e então não aparecerá nenhum sintoma enquanto as bagas
não começarem a acumular açucares. Por este motivo, os tratamentos devem ser
realizados nas seguintes épocas:
1o
tratamento – quando cerca de 2% das flores estiverem abertas. Nesta fase
devemos aplicar um produto sistêmico ou de profundidade: Procimidone (sistêmico); Pyrimethanil (profundidade) e Pyrimethanil + Iprodione (profundidade e
contato).
2o
tratamento – 80% das flores abertas. Repetir o tratamento com Procimidone, Pyrimethanil ou Pyrimethanil + Iprodione.
3o
– Tratamento – Fechamento dos cachos. Nesta fase o sistêmico tem pouca ação.
Portanto, aplicar um produto de profundidade. Pyrimethanil ou Pyrimethanil
+ Iprodione.
4o
– Tratamento – Inicio da maturação. Desta fase em diante, os sistêmicos e os de
profundidade não são absorvidos pelos grãos de uva. Por este motivo durante a
maturação da uva devemos aplicar produtos de contato.
Iprodione
OBS – todos os tratamentos para prevenção da Botrytis
devem ser direcionados aos cachos.
PODRIDÃO DA
UVA MADURA (Glomerella)
Os
frutos são suscetíveis a infecção durante todos os estágios de desenvolvimento
desde as bagas recém formadas até a maturação, mas não apresentam nenhum
sintoma antes da maturação.
A
literatura mostra que há dois picos de liberação de conídios, no inicio da
primavera, quando muitos frutos mumificados da safra anterior estão presentes
e, durante a maturação da uva, devido à presença de frutos em estado de
apodrecimento.
Recomenda-se
realizar tratamentos nas seguintes fases:
1o Tratamento – Limpeza do
grão – Este tratamento deve ser feito com um fungicida sistêmico ou de
profundidade.
Tebuconazole (sistêmico), Tiofanato metílico (sistêmico), Piraclostrobina + Metiran (profundidade).
2o Tratamento – Fechamento
dos cachos. Neste estágio os sistêmicos são de pouca eficácia, aplicar um
produto de profundidade.
3o Tratamento – Próximo ao
inicio da maturação. Aplicar um produto de profundidade. Piraclostrobina + Metiran.
A
partir do inicio da maturação aplicar produtos de contato, pois neste estágio o
grão de uva está com os estômatos fechados e não há mais absorção.
Capatana
, Folpet e Mancozeb
.
O
uso de produtos fertilizantes a base de cálcio ajudam a enrijecer a casca da
uva e dá maior resistência contra a Glomerella. Os tratamentos devem iniciar
por ocasião do fechamento do cacho.
A eficiência da aplicação de produtos fitossanitários está
em colocar a quantidade de ingrediente ativo necessário no alvo para que este
exerça sua ação sobre a praga de forma segura, sem riscos ao ambiente e a saúde
humana. Sendo assim, equipamentos adequados e calibrados, manuseados por
aplicadores treinados são condições essenciais para o aumento da eficiência ou
aumento da cobertura do alvo. A
cobertura do alvo esta relacionado com o volume de aplicação ou litros de calda
aplicado em um hectare, uso de adjuvantes que quebram a tensão superficial da
água e aumentam a superfície de contato da gota gerada no processo de
pulverização, denominados por surfactantes ou como Espalhante.
OBS
= usem somente produtos registrados para a cultura, na dosagem recomendada e
respeitem o período de carência de cada um.