sábado, 8 de setembro de 2012

TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS NA VIDEIRA


PROGRAMA DE TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS - SUGESTÃO

 

Desde o inicio da brotação até a queda das folhas, havendo condições climáticas favoráveis, podem ocorrer doenças na videira.

                A primeira doença que normalmente aparece, mediante condições de baixas temperaturas, ventos frios e umidade, é a Escoriose. Para que ocorra o ataque é necessário um período prolongado de chuva (cerca de 10 horas) e baixa temperatura, porem os sintomas somente aparecerá cerca de 21 a 30 dias após o ataque. Esta é a razão de iniciar os tratamentos logo no inicio da brotação (ponta verde) e seguir até que o novo broto tenha 3 a 4 folhinhas abertas.

                Os produtos indicados para o controle desta doença são:

                Dithianon  e       Mancozeb.

                Realizar no mínimo dois tratamentos com um destes produtos, mas se a temperatura for baixa os brotos tendem a crescer mais lentamente e então se recomenda realizar mais um ou dois tratamentos.

                A partir do broto com 3 a 4 folhas abertas há probabilidade de ocorrer ataque de Antracnose e Míldio concomitantemente. Portanto, devemos realizar tratamentos preventivos para as duas doenças.

                ANTRACNOSE= Os conídios da antracnose germinam e causam a infecção primária quando existir água livre pelo período de 12 horas e temperatura entre 2 e 32 oC; as infecções subsequentes variam quanto ao tempo de aparecimento do sintoma em função da temperatura. Os ataques de Antracnose podem ocorrer enquanto a temperatura média se manter abaixo de 15 oC.

                No caso da Antracnose os produtos indicados são:

                Tiofanato metílico,      Difeconazole  e Imibenconazole .

               

                MÍLDIO = Na primavera quando a temperatura ultrapassar 10 a 11 oC e ocorrer uma chuva de no mínimo 10 mm, ocorre à germinação, podendo também iniciar a germinação com temperaturas entre 3 a 4 oC até 34 oC, com o ótimo entre 23 a 25 oC. O tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas (mancha de óleo na parte superior da folha) é de aproximadamente 4 dias, dependendo da idade da folha, cultivar, temperatura e umidade. Cerca de um a três dias após o aparecimento da mancha de óleo surge a mancha de conídios (mancha branca) na parte inferior da folha.

                Tratando-se de controle preventivo do Míldio, devemos considerar as condições climáticas e o estágio de desenvolvimento da vegetação.

a)          – Primeira fase - A partir do broto com 3 a 4 folhas até o pré-florescimento.

Condições de tempo normais – pouca chuva

Se o tempo não for muito chuvoso podemos usar produtos de contato, preservando os de profundidade e sistêmicos para mais tarde. Produtos indicados:

Captana , Clorothalonil , Dithianon , Folpet , Mancozeb , Metiran , Propineb , Hidroxido de cobre e Oxicloreto de cobre.

       

                Condições de tempo de muita chuva

                Neste caso aconselha-se utilizar produtos de profundidade (translaminares), deixando os sistêmicos para mais tarde. Os produtos de profundidade por penetrarem no interior dos órgãos da planta não são lavados pela chuva.

                Cimoxanil + clorothalonil – usando-se este produto não há necessidade de adicionar um produto para controle da Antracnose, porque o Clorothalonil tem boa ação sobre esta doença.

                Cimoxanil + Famoxadona , Cimoxanil + Mancozeb ,        Cimoxanil + Zoxamida  ,       Famoxadone + Mancozeb , Fenamidone  e Zoxamida + Mancozeb.

                Seja qual for à condição do tempo, escolha dois ou três fungicidas e alterne-os nas aplicações.

 

b)          – Segunda fase - A segunda fase vai da pré-floração até os grãos de uva tamanho de aproximadamente um grão de ervilha. Nesta fase devemos usar produtos de profundidade ou sistêmicos, tanto para tempo seco como para tempo chuvoso, pois é o período de maior suscetibilidade ao Míldio.

Fosetil alumínio (sistêmico) , Metalaxil + Mancozeb (sistêmico e contato), Benalaxil + Mancozeb (sistêmico e contato), Azoxistrobina (profundidade), Dimetomorfe (profundidade), Iprovalicarbe + Propineb – (profundidade e contato) e Piraclostrobina + Metiran (profundidade e contato).

                Escolher dois ou três destes fungicidas e alterná-los nas aplicações.

Durante este período podemos usar Fosfito em aplicações quinzenais, que ira dar resistências as plantas contra o Míldio.

 

c)          – Terceira fase - Nesta terceira faze que vai da uva tamanho de um grão de ervilha ao início da maturação, os fungicidas a serem aplicados devem ser escolhidos em função das condições climáticas.

Condições de tempo normal – pouca chuva - Usar fungicidas de contato ou a base de cobre.

Condições de tempo chuvoso -     Escolher dois ou três produtos de profundidade que não tenham sido utilizados nas outras pulverizações.

A partir do grão de uva tamanho de um grão de ervilha, não devemos mais usar fungicidas sistêmicos porque a partir deste estágio a transpiração dos grãos de uva cai muito e como os sistêmicos se locomovem pela rota da transpiração, a quantidade de fungicida que chega ao grão é muito pequena ou nula e por isso não haverá controle da doença na uva, embora controle nas folhas.

OBS = em todos os tratamentos deve ser adicionado à calda de fungicida o Espalhante Adesivo.

OÍDIO

                Um método eficiente de prevenir o ataque de Oídio é a pulverização com enxofre molhável e o bom manejo da copa, copa aberta de modo que circule o ar e penetre o sol. As pulverizações devem começar quando a brotação tem cerca de 20 cm de comprimento repetidas quinzenalmente.

 

 

BOTRYTIS

                Há evidencias que os esporos infestam as flores durante o florescimento e neste estágio, podem destruir totalmente ou parcialmente a inflorescência ou permanecerem latentes e então não aparecerá nenhum sintoma enquanto as bagas não começarem a acumular açucares. Por este motivo, os tratamentos devem ser realizados nas seguintes épocas:

                1o tratamento – quando cerca de 2% das flores estiverem abertas. Nesta fase devemos aplicar um produto sistêmico ou de profundidade: Procimidone (sistêmico);  Pyrimethanil (profundidade) e Pyrimethanil + Iprodione (profundidade e contato).

                2o tratamento – 80% das flores abertas. Repetir o tratamento com Procimidone,  Pyrimethanil ou Pyrimethanil + Iprodione.

                3o – Tratamento – Fechamento dos cachos. Nesta fase o sistêmico tem pouca ação. Portanto, aplicar um produto de profundidade. Pyrimethanil ou Pyrimethanil + Iprodione.

                4o – Tratamento – Inicio da maturação. Desta fase em diante, os sistêmicos e os de profundidade não são absorvidos pelos grãos de uva. Por este motivo durante a maturação da uva devemos aplicar produtos de contato.

                Iprodione

OBS – todos os tratamentos para prevenção da Botrytis devem ser direcionados aos cachos.

PODRIDÃO DA UVA MADURA (Glomerella)

                Os frutos são suscetíveis a infecção durante todos os estágios de desenvolvimento desde as bagas recém formadas até a maturação, mas não apresentam nenhum sintoma antes da maturação.

                A literatura mostra que há dois picos de liberação de conídios, no inicio da primavera, quando muitos frutos mumificados da safra anterior estão presentes e, durante a maturação da uva, devido à presença de frutos em estado de apodrecimento.

                Recomenda-se realizar tratamentos nas seguintes fases:

                1o Tratamento – Limpeza do grão – Este tratamento deve ser feito com um fungicida sistêmico ou de profundidade.

                Tebuconazole (sistêmico), Tiofanato metílico (sistêmico), Piraclostrobina + Metiran (profundidade).

                2o Tratamento – Fechamento dos cachos. Neste estágio os sistêmicos são de pouca eficácia, aplicar um produto de profundidade.

                3o Tratamento – Próximo ao inicio da maturação. Aplicar um produto de profundidade. Piraclostrobina + Metiran.

                A partir do inicio da maturação aplicar produtos de contato, pois neste estágio o grão de uva está com os estômatos fechados e não há mais absorção.

                Capatana ,         Folpet  e    Mancozeb .

                O uso de produtos fertilizantes a base de cálcio ajudam a enrijecer a casca da uva e dá maior resistência contra a Glomerella. Os tratamentos devem iniciar por ocasião do fechamento do cacho.

                A eficiência da aplicação de produtos fitossanitários está em colocar a quantidade de ingrediente ativo necessário no alvo para que este exerça sua ação sobre a praga de forma segura, sem riscos ao ambiente e a saúde humana. Sendo assim, equipamentos adequados e calibrados, manuseados por aplicadores treinados são condições essenciais para o aumento da eficiência ou aumento da cobertura do alvo.  A cobertura do alvo esta relacionado com o volume de aplicação ou litros de calda aplicado em um hectare, uso de adjuvantes que quebram a tensão superficial da água e aumentam a superfície de contato da gota gerada no processo de pulverização, denominados por surfactantes ou como Espalhante.

OBS = usem somente produtos registrados para a cultura, na dosagem recomendada e respeitem o período de carência de cada um.

2 comentários:

  1. Temos poucas videiras Vila Nova de Poiares) a maior parte é uva vínica, só para consumo de casa (não fazemos vinho, só guardamos o sumo para o inverno quando a produção é muita) e só temos usado calda bordalesa. Preferimos perder algumas uvas mas manter o ambiente preservado de químicos nocivos, não se estes que aconselha são nocivos para os animais como abelhas , joaninhas , etc

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  2. queria dizer "não sei" se os produtos fitofarmacêuticos que aconselha são nocivos

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