segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A FLORAÇÃO DA VIDEIRA



A FLORAÇÃO
A floração ocorre quando a caliptra se abre expondo os estames (órgãos masculinos) e o pistilo (órgão feminino). Isto ocorre normalmente 6 a 8 semanas após a brotação, dependendo das condições climáticas, e dura normalmente ao redor de duas semanas. Imediatamente após a queda da caliptra, as anteras, localizadas nos estames, se abrem e libertam os grãos de pólen. Alguns destes grãos aderem-se nas substancias liberadas pelo estigma localizado na ponta do pistilo. A secreção estimática consiste de açúcar, proteínas e nutrientes minerais essenciais ao desenvolvimento do tubo polínico. Se as condições climáticas são favoráveis, os grãos de pólen germinam e formam o tubo polínico que penetra no estigma, percorrendo todo o pistilo até alcançar o ovulo e então ocorrerá a fecundação.

                O fator climático tem grande influência na fecundação da flor e formação do fruto. Com temperaturas  abaixo de 15 oC ou acima de 37oC há inibição da formação do tubo polínico e consequentemente não ocorre à fecundação do ovulo. Baixas temperaturas interferem no processo fotossintético (causam redução momentânea de açúcar), ou agem diretamente na flor, a caliptra não se abre, enquanto que tanto nas baixas como nas altas há menor fecundação do ovulo por dificultar o desenvolvimento do tubo polínico e a própria fecundação do ovulo. Chuvas durante a floração, ou alta umidade, também reduzem a fecundação do óvulo por impedir a completa abertura da caliptra. A chuva pode também diluir o fluido estimático e isto interfere na germinação do grão de pólen e, além disso, causa a aglomeração dos grãos.

                Além das condições climáticas as flores podem ser destruídas pela ação de fungos, como a Antracnose, Botrytis e o Míldio.

Antracnose - Os cachos são suscetíveis à antracnose desde a sua formação até o inicio da maturação. As lesões no ráquis e nos pedicelos são semelhantes a que ocorrem nos brotos. Nas inflorescências, causa a seca, o escurecimento e a queda dos botões florais.

Botrytis - Após a queda da caliptra (florescimento), o fungo invade a inflorescência. No final do florescimento, a Botrytis frequentemente desenvolve-se nas caliptras mortas, estames, e nas bagas abortadas que permanecem nos cachos. Deste ponto o fungo ataca o pedicelo ou o rachis, forma pequenas manchas escuras. Estas lesões circulam o pedicelo ou o raquis e aquela porção do cacho morre e cai.  Há evidencias que os esporos infestam as flores durante o florescimento e neste estágio, podem destruir totalmente ou parcialmente a inflorescência ou permanecer latente e então não aparecerá nenhum sintoma enquanto as bagas não começarem a acumular açucares. Portanto, é muito importante a realização de aplicações preventivas de fungicidas no inicio do florescimento e no final para evitarmos o ataque por Botrytis.

Míldio - O ataque do míldio sobre a inflorescência (antes da floração) ou no cacho recém formado (logo após a floração) causa perda elevada de produção. Quando ocorre sobre a inflorescência a danifica deixando-a em forma de gancho. Na floração, o patógeno provoca o escurecimento e destruição das flores afetadas, sintomas muito semelhantes aos ocasionados pela antracnose. Nos estádios da pré-floração e em bagas pequenas, o fungo penetra pelos estômatos, causando escurecimento e secamento destes órgãos, observando- se uma eflorescência branca que é a frutificação do fungo.

Para o controle destas doenças durante a floração é aconselhável o uso de produtos sistêmicos ou de profundidade, a não ser que o tempo seja seco e então podemos usar produtos de contato.     

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