A FLORAÇÃO
A floração ocorre quando a caliptra se abre expondo os estames (órgãos
masculinos) e o pistilo (órgão feminino). Isto ocorre normalmente 6 a 8 semanas
após a brotação, dependendo das condições climáticas, e dura normalmente ao
redor de duas semanas. Imediatamente após a queda da caliptra, as anteras,
localizadas nos estames, se abrem e libertam os grãos de pólen. Alguns destes
grãos aderem-se nas substancias liberadas pelo estigma localizado na ponta do
pistilo. A secreção estimática consiste de açúcar, proteínas e nutrientes
minerais essenciais ao desenvolvimento do tubo polínico. Se as condições
climáticas são favoráveis, os grãos de pólen germinam e formam o tubo polínico
que penetra no estigma, percorrendo todo o pistilo até alcançar o ovulo e então
ocorrerá a fecundação.
O
fator climático tem grande influência na fecundação da flor e formação do
fruto. Com temperaturas abaixo de 15 oC
ou acima de 37oC há inibição da formação do tubo polínico e
consequentemente não ocorre à fecundação do ovulo. Baixas temperaturas interferem
no processo fotossintético (causam redução momentânea de açúcar), ou agem
diretamente na flor, a caliptra não se abre, enquanto que tanto nas baixas como
nas altas há menor fecundação do ovulo por dificultar o desenvolvimento do tubo
polínico e a própria fecundação do ovulo. Chuvas durante a floração, ou alta
umidade, também reduzem a fecundação do óvulo por impedir a completa abertura
da caliptra. A chuva pode também diluir o fluido estimático e isto interfere na
germinação do grão de pólen e, além disso, causa a aglomeração dos grãos.
Além
das condições climáticas as flores podem ser destruídas pela ação de fungos,
como a Antracnose, Botrytis e o Míldio.
Antracnose
- Os cachos são suscetíveis à antracnose desde a sua
formação até o inicio da maturação. As lesões no ráquis e nos pedicelos são
semelhantes a que ocorrem nos brotos. Nas inflorescências, causa a seca, o
escurecimento e a queda dos botões florais.
Botrytis - Após a queda da caliptra (florescimento), o fungo
invade a inflorescência. No final do florescimento, a Botrytis frequentemente
desenvolve-se nas caliptras mortas, estames, e nas bagas abortadas que
permanecem nos cachos. Deste ponto o fungo ataca o pedicelo ou o rachis, forma
pequenas manchas escuras. Estas lesões circulam o pedicelo ou o raquis e aquela
porção do cacho morre e cai. Há
evidencias que os esporos infestam as flores durante o florescimento e neste estágio,
podem destruir totalmente ou parcialmente a inflorescência ou permanecer
latente e então não aparecerá nenhum sintoma enquanto as bagas não começarem a
acumular açucares. Portanto, é muito importante a realização de aplicações
preventivas de fungicidas no inicio do florescimento e no final para evitarmos
o ataque por Botrytis.
Míldio - O ataque do míldio sobre a inflorescência (antes da
floração) ou no cacho recém formado (logo após a floração) causa perda elevada
de produção. Quando ocorre sobre a inflorescência a danifica deixando-a em
forma de gancho. Na floração, o patógeno provoca o escurecimento e destruição
das flores afetadas, sintomas muito semelhantes aos ocasionados pela
antracnose. Nos estádios da pré-floração e em bagas pequenas, o fungo penetra
pelos estômatos, causando escurecimento e secamento destes órgãos, observando-
se uma eflorescência branca que é a frutificação do fungo.
Para o controle destas doenças durante a floração é
aconselhável o uso de produtos sistêmicos ou de profundidade, a não ser que o
tempo seja seco e então podemos usar produtos de contato.
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