sábado, 11 de maio de 2013

VITICULTURA - Poda da Videira



A PODA DA VIDEIRA

 

                Embora a gestão da copa esteja mais relacionada com a operação de poda verde, as decisões tomadas durante a poda de inverno (número de gemas, comprimento da poda, posição dos esporões e das varas, etc.) podem ter uma influência determinante no crescimento da copa, na produção e na composição final da uva. Neste sentido, um dos temas mais debatidos, embora ainda por resolver, é a eleição entre a poda curta (esporões) ou longa (varas). É verdade que com a poda em esporões se obtém uma brotação bem mais numerosa, porém o sistema Guyot garante uma maior fertilidade das gemas e cachos maiores, equilibrando a situação, e o resultado final é uma produção por videira muito parecida. Como conseqüência é conveniente observar que tampouco diferem quanto à composição da uva, sólidos solúveis do mosto e concentração de antocianina. Por outro lado, se levarmos em consideração a mão-de-obra, esta comparação inclinaria a balança em favor da adoção da poda longa, pois embora a poda em cordão esporonado implique num significativo ganho de mão-de-obra por ocasião da poda de inverno, requer maior número de horas para a poda verde e levando-se em consideração a falta de mão-de-obra é conveniente diminuir a necessidade para a poda verde. Porém, tem outro detalhe a considerar: o hábito de brotação de cada variedade - é de conhecimento geral que existem variedades de uva de difícil brotação em poda longa e isto pode resultar em grande perda de produção e é variável de região a região.

                A característica principal que relaciona uma variedade com o tipo de poda é a fertilidade das gemas, entendendo-se esta como o número de inflorescências por broto. Variedades férteis em suas gemas basais admitem poda curta, inclusive esporões de uma única gema. Ao contrário, existem outras variedades que somente possuem fertilidade nas gemas mais altas, quarta, quinta ou mais; exigindo, por tanto, uma poda longa.

                Geralmente fala-se de fertilidade média, que é dada pelo número total de cachos divididos pelo numero de gemas deixadas na planta por ocasião da poda de inverno. A fertilidade pode flutuar entre valores abaixo de uma unidade até o máximo ao redor de três unidades. A fertilidade é condicionada grandemente a variedade, ao clima, às condições gerais de nutrição e sanitárias, ao tipo de poda, ao porta-enxerto, etc. Dentro de certos limites, a fertilidade da gema é correlacionada positivamente ao vigor do sarmento e do tronco; vigor excessivamente baixo e alto deprime a fertilidade das gemas.

                O método mais comum de determinar a carga de gemas é empírico e se baseia no vigor, tomando-se como base o desenvolvimento dos sarmentos (diâmetro, comprimento e ramificações). De ano em ano faz-se ajustamentos para mais ou para menos. Outro método baseia-se na pesagem dos sarmentos resultantes da poda, de certo número de plantas representativas, comparando-se com o do ano anterior.

ÉPOCA DA PODA - A poda de inverno, como é de conhecimento, realize-se durante o período de dormência da videira. Sabe-se que este período, no hemisfério Sul, vai de Maio a final de Agosto, agora, quando podar dentro deste espaço de tempo depende das condições macro e mesoclimáticas do local, e de cada estação, e da disponibilidade de mão-de-obra em relação a área cultivada.

                O período da poda tem potencial influência no desenvolvimento das inflorescências nas gemas e na brotação da videira. Há estudos que demonstraram que ocorre redução da brotação das gemas distais, em varas,  quando a poda for realizada no final do período de dormência. Este fenômeno é importante porque o desenvolvimento apical que é normal na videira é modificado pela poda tardia, resultando na diminuição da brotação das gemas distais e na melhor brotação das gemas ao longo da vara. Isto se deve a melhor distribuição da auxina, fito hormônio que induz a divisão celular e o desenvolvimento, quando as gemas estão mais maduras no final do período de dormência. Neste estágio as gemas terminais estão aptas a iniciarem a produção de auxinas para dar inicio a brotação e isto inibe a dominância apical observada nas gemas distais.




 

               
               



Nenhum comentário:

Postar um comentário