sábado, 13 de setembro de 2014

A FLORAÇÃO DA VIDEIRA




                A flor da videira passa por três processos na sua formação: (a) formação do embrião floral; (b) diferenciação da inflorescência e (c) formação das flores. O embrião floral é formado nesta estação e pode se desenvolver em inflorescência ou em gavinha. Geralmente as flores são formadas da inflorescência na abertura das gemas na estação seguinte.

                Após a brotação, as inflorescências aparecem rapidamente entre as primeiras folhas. A maioria das cultivares a inserção da primeira inflorescência situa-se entre a 3a e 4a folha, algumas pode aparecer na segunda e outras na quarta. Após uma a duas semanas, se as condições climáticas e o vigor do ramo forem favoráveis, os botões florais, que se apresenta num amontoado, se separam e adquirem a forma definitiva.

                A floração ocorre quando a caliptra se abre expondo os estames (órgãos masculinos) e o pistilo (órgão feminino). Isto ocorre normalmente 6 a 8 semanas após a brotação, dependendo das condições climáticas, e dura normalmente ao redor de duas semanas. Imediatamente após a queda da caliptra, as anteras, localizadas nos estames, se abrem e libertam os grãos de pólen. Alguns destes grãos aderem-se na substancias liberadas pelo estigma localizado na ponta do pistilo. A secreção estimática consiste de açúcar, proteínas e nutrientes minerais essências ao desenvolvimento do tubo polínico. Se as condições climáticas são favoráveis, os grãos de pólen germinam e formam o tubo polínico que penetra no estigma, percorrendo todo o pistilo até alcançar o ovulo e então ocorrerá a fecundação.

                Condições climáticas desfavoráveis durante o período de floração causam má fecundação das flores. Isto pode ser devido à interferência no processo fotossintético (causam redução momentânea de açúcar), ou pela ação direta na flor, como ocorre pelo excesso de chuva que causa a aglomeração dos grãos de pólen. O calor é necessário para favorecer a abertura das flores e a germinação do pólen. Para ocorrer uma boa floração é necessário que a temperatura permaneça ente 15 oC e 25 oC durante o período de floração.

                O fator climático tem grande influência na fecundação da flor e formação do fruto. Com temperaturas abaixo de 15,6 oC ou acima de 37,8 oC há inibição da formação do tubo polínico e consequentemente não ocorre à fecundação do ovulo. Baixas temperaturas estão associadas a não abertura da caliptra, enquanto que tanto as baixas como nas altas há menor fecundação do ovulo por dificultar o desenvolvimento do tubo polínico e a própria fecundação do ovulo. Chuvas durante a floração, ou alta umidade, também reduzem a fecundação do óvulo por impedir a completa abertura da caliptra. A chuva pode também diluir o fluido estimático e isto interfere na germinação do grão de pólen.

 

 

BIBLIOGRAFIA

DOKOOZLIAN, N. K. – Grape Berry Growth and Development.

GALET, P – Pecis de Viticulture Imprimierie De’han, Monpellier, 1988.

MILLARDET, A. – Essais sur l’hybridation de la vigne. Mém. Soc. Sc. Phys. et Nat. Bordeaux. 1981.

SRINIVASAN, C. and MULLINS, M. – Control of Flowering in the Grapevine (Vitis vinifera L.). Department of Agronomy and Horticultural Science, University of Sydnei, Australia. 2006.