A flor da videira passa por três processos na sua
formação: (a) formação do embrião floral; (b) diferenciação da inflorescência e
(c) formação das flores. O embrião floral é formado nesta estação e pode se desenvolver
em inflorescência ou em gavinha. Geralmente as flores são formadas da
inflorescência na abertura das gemas na estação seguinte.
Após
a brotação, as inflorescências aparecem rapidamente entre as primeiras folhas. A
maioria das cultivares a inserção da primeira inflorescência situa-se entre a 3a
e 4a folha, algumas pode aparecer na segunda e outras na quarta.
Após uma a duas semanas, se as condições climáticas e o vigor do ramo forem
favoráveis, os botões florais, que se apresenta num amontoado, se separam e
adquirem a forma definitiva.
A
floração ocorre quando a caliptra se abre expondo os estames (órgãos
masculinos) e o pistilo (órgão feminino). Isto ocorre normalmente 6 a 8 semanas
após a brotação, dependendo das condições climáticas, e dura normalmente ao
redor de duas semanas. Imediatamente após a queda da caliptra, as anteras,
localizadas nos estames, se abrem e libertam os grãos de pólen. Alguns destes
grãos aderem-se na substancias liberadas pelo estigma localizado na ponta do
pistilo. A secreção estimática consiste de açúcar, proteínas e nutrientes
minerais essências ao desenvolvimento do tubo polínico. Se as condições
climáticas são favoráveis, os grãos de pólen germinam e formam o tubo polínico
que penetra no estigma, percorrendo todo o pistilo até alcançar o ovulo e então
ocorrerá a fecundação.
Condições
climáticas desfavoráveis durante o período de floração causam má fecundação das
flores. Isto pode ser devido à interferência no processo fotossintético (causam
redução momentânea de açúcar), ou pela ação direta na flor, como ocorre pelo
excesso de chuva que causa a aglomeração dos grãos de pólen. O calor é
necessário para favorecer a abertura das flores e a germinação do pólen. Para
ocorrer uma boa floração é necessário que a temperatura permaneça ente 15 oC
e 25 oC durante o período de floração.
O
fator climático tem grande influência na fecundação da flor e formação do
fruto. Com temperaturas abaixo de 15,6 oC ou acima de 37,8 oC
há inibição da formação do tubo polínico e consequentemente não ocorre à
fecundação do ovulo. Baixas temperaturas estão associadas a não abertura da
caliptra, enquanto que tanto as baixas como nas altas há menor fecundação do
ovulo por dificultar o desenvolvimento do tubo polínico e a própria fecundação
do ovulo. Chuvas durante a floração, ou alta umidade, também reduzem a
fecundação do óvulo por impedir a completa abertura da caliptra. A chuva pode
também diluir o fluido estimático e isto interfere na germinação do grão de
pólen.
BIBLIOGRAFIA
DOKOOZLIAN,
N. K. – Grape Berry Growth and Development.
GALET, P – Pecis de Viticulture Imprimierie De’han,
Monpellier, 1988.
MILLARDET,
A. – Essais sur l’hybridation de la vigne. Mém. Soc. Sc. Phys. et Nat.
Bordeaux. 1981.
SRINIVASAN, C. and MULLINS,
M. – Control of Flowering in the Grapevine (Vitis
vinifera L.). Department of Agronomy and Horticultural Science, University
of Sydnei, Australia. 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário