No final do inverno ou inicio da primavera quando a
temperatura aumenta e as gemas são rehidratadas (chuva, neblina, alta umidade
relativa do ar), elas gradualmente desaclimatam e perdem a resistência a baixas
temperaturas. As enzimas dependentes da temperatura começam a ser ativadas, seu
grau de ativação dobra a cada 10 oC de aumento da temperatura. Com o aquecimento do solo, a atividade
radicular é ativada e o sistema capilar conduz a água para o tronco e parte
aérea, resultando na circulação da seiva e aumentando a hidratação das gemas.
As gemas incham e iniciam a nova conexão vascular.
No
interior das gemas dormentes encontra-se um diminuto broto totalmente formado
(gema primária), composto pelos primórdios florais e alguns nós com os
primórdios foliares. Quando este broto inicia a sua expansão, o seu meristema
apical torna-se ativo e inicia a formação das novas folhinhas. Se esta gema
primária for danificada, as gemas menores (secundárias ou terciárias) são
ativadas. Estas gemas secundárias e terciárias carregam algumas folhas e alguns
cachos ou não e vão formar o dossel vegetativo, mas com pouca produção.
A ponta apical do pequeno broto em formação produz
auxinas, que é um hormônio que ativa a reativação e o desenvolvimento do
sistema vascular. Estas auxinas enviam sinais para as gemas emergentes que
resulta no desenvolvimento do novo sistema vascular, unindo a gema ao ramo e
estimulam o ramo a ativar a divisão celular no cambio. Este estimulo expande-se
via o cambio para os braços e tronco; e assim vão se formar os novos vasos do
xilema e do floema. Se as gemas e o tronco forem danificados pelo frio do
inverno este processo pode ser interrompido causando a interrupção da
conectividade entre as gemas e as raízes.
Na
primavera, o solo normalmente se aquece mais lentamente do que o ar, então a
formação do novo xilema e floema do sistema radicular também sofrem atraso em
relação ao desenvolvimento aéreo. O desenvolvimento radicular também é
dependente do sinal da auxina da ponta de crescimento, e o sistema vascular –
da ponta de crescimento para as raízes – somente é reativado plenamente uma
semana ou duas após a floração. Por este motivo, a nova brotação é dependente
das reservas existentes nos braços, tronco e raízes. O nitrogênio e o amido necessários
para o desenvolvimento inicial provem dos braços e tronco (1/3) e raízes (2/3).
Amido e nitrogênio armazenados nos tecidos são mobilizados no período da
brotação até a floração, inicialmente nos tecidos dos ramos próximo as gemas.
Durante a floração a nova vegetação já é capaz de produzir suficiente
carboidratos para suportar o seu crescimento. O sistema vascular já está
conectado e apto a absorver os nutrientes, inclusive o nitrogênio, e água
necessária para a vegetação.
Fatores que
afetam o período de abertura das gemas
Temperatura
– O efeito da temperatura é predominante e
provavelmente a soma das temperaturas para cada variedade. Alta temperatura na
parte final do inverno adianta o período de inicio da brotação. O numero de
gemas brotadas por dia é grandemente correlacionada com a temperatura do ar no
dia da sua abertura.
Variedade – Independente do clima e das condições sazonais,
a ordem de brotação das diferentes variedades tendem a ser mantida. Por
exemplo, Chardonnay continua brotando mais cedo, enquanto o Cabernet Sauvignon
continua brotando mais tarde.
Temperatura
na região das raízes – A data da
brotação das gemas é positivamente relacionada com a temperatura do solo na
região das raízes. Temperatura do solo de 25 oC induz a brotação
mais precoce do que a 12 oC. Esta relação tem influência na escolha
do local do vinhedo e no manejo do solo. Isto porque solo bem drenado, rochoso
ou calcárico aquecem mais rapidamente na primavera do que o úmido e argilosos, isto
pode ser uma alternativa para aumentar o comprimento do ciclo vegetativo e para
aumentar o período de maturação.
Outros
fatores – Genótipo do porta-enxerto,
praticas culturais, época da poda e o uso de reguladores de crescimento como a
cianamida hidrogenada podem influenciar na época de brotação.
BIBLIOGRAFIA
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