O Cultivo da Videira
O
cultivo da videira é tão antigo quanto ao homem. Detalhes sobre o cultivo
figuram nos mosaicos da Quarta Dinastia do Egito (2.440 A.C.). Na Bíblia há
citação que Noé plantou um vinhedo. Há relatos primitivos escritos por Virgilio,
Catón, os Plinios e Columela, que descrevem numerosas variedades de uva, listam
muitos tipos de vinho e dão instruções sobre manejo da videira e para a
elaboração do vinho. Os egípcios exportaram seus vinhos para a Europa Mediterrânea, África Central e
reinos asiáticos, através dos fenícios, povo oriundo da Ásia antiga e natos
comerciantes marítimos.
Em 2000 aC a viticultura chegou a Grécia, cultivada ao
longo da costa do Mediterrâneo a uva tornou-se uma cultura economicamente vital
para o desenvolvimento grego. A partir de 1000 a.C., os gregos começam a
plantar videiras em outras regiões européias. A bebida embriagou a Itália, seguindo
à peninsula ibérica. Ao fundarem Marselha, os gregos passaram a comercializar
seus vinhos aos nativos, sendo este o primeiro contato da bebida com a futura França.
As migrações dos povos e as colonizações espanholas e
portuguesas encarregaram-se de espalhar a viticultura em todas as partes do
mundo.
No Brasil as primeiras viderias chegaram por volta de 1532
com Martin Afonso de Souza, na capitania de São Vicente. No entanto, Brás
Cubas, foi o primeiro a tentar
cultivar videiras de forma ordenada, porém sem muito exito. Em parte, o
insucesso da produção de vinhos deu-se pelo protecionismo comercial exercido
por Portugal, tendo a corte inclusive proibido o cultivo de uvas, em 1789. Porém, o verdadeiro
desenvolvimento da viticultura brasileira ocorreu a partir de meados do século XIX, com
os imigrantes portugueses e italianos.
Hoje,
a videira é cultivada em todo o mundo e em regiões com os mais diferentes
climas, desde o hemisfério norte até hemisfério sul, passando, evidentemente,
pelos trópicos. Esta amplitude climática da espécie não significa que em todas
as regiões o vinho oriundo seja da mesma qualidade. Contrariamente ao que se supõem
a videira não é uma planta de fácil manejo que possa ser improvisada em
qualquer oportunidade e em qualquer condição. Embora suas exigências quanto ao
solo sejam modestas e que permitem cultivá-la em locais que outras culturas não
vingariam, requer um mínimo de cuidados e adequadas condições climáticas para
que sua produção quantitativa e qualitativa esteja em consonância com os custos
de produção e as exigências do mercado.
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