terça-feira, 24 de setembro de 2013

ESCORIOSE & ANTRACNOSE DA VIDEIRA

ESCORIOSE


                   Esta doença é causado pelo fungo Phomopsis viticola Sacc.
                Durante o inverno o fungo sobrevive na forma de micélio ou de picnídio nas gemas dormentes da base do sarmento. Nesta forma, nas feridas existentes, pode sobreviver de um a três anos.
                No período de abertura das gemas, quando a picnídia é molhada libera os esporos que são lavados ou jogados, pelos pingos da chuva, sobre os brotos novos em desenvolvimento. Por este motivo é que as lesões de Escoriose aparecem somente nos 2 ou 3 primeiros entrenós. Estes esporos germinam com temperatura baixa e na presença de água livre, ou umidade relativa ao redor de 100%. Nestas condições a infecção pode se instalar em algumas horas. Entretanto, os sintomas somente aparecerão cera de 21 a 30 dias após a infecção.
                É importante salientar que esta doença tende a se dispersar na videira atacada, mas não de uma videira a outra, por isto, o ataque é localizado dentro do vinhedo. A dispersão a longa distancia normalmente é causada pela propagação de material contaminado.
Controle
                   Devido às lesões que permanecem sobre o sarmento ser a fonte de inoculo para as infecções nas brotações novas, recomenda-se  que na poda de inverno sejam eliminadas o máximo possível destas lesões. Quando ocorre ataque severo durante o período vegetativo, recomenda-se realizar tratamento de inverno com calda sulfocalcica a 4 o Baumé.
                No inicio da brotação aconselha-se efetuar dois tratamentos com fungicidas protetores, o primeiro quando os brotos tiverem cerca de 1 cm de comprimento e o segundo com 6 a 12 cm de comprimento (duas a três folhinhas abertas). Entretanto, em períodos muito frios em que o crescimento dos brotos é lento, é aconselhável realizar uma ou duas aplicações suplementares.
                Como esta doença se propaga na fase inicial do desenvolvimento vegetativo quando a área foliar é pequena e neste estágio a absorção de produtos sistêmicos ou de profundidade é muito pequena ou nula, recomenda-se usar produtos de contato. Neste caso os mais indicados são: dithianon, mancozeb, captan e enxofre.



ANTRACNOSE
                   A doença é causada pelo fungo Elsinoe ampelina (de Bary).
                O fungo hiberna, nas lesões existentes nos sarmentos, através  da estrutura chamada de sclerocia, e, na primavera quando ocorrer um período úmido por 24 horas e temperaturas acima de 2 oC produz muitos esporos, conídios. Os conídios são projetados para as partes verdes da planta através da água livre ou chuva de no mínimo 2 mm.
                Além de causar perda de produção, pode afetar toda a parte aérea da planta comprometendo seu desenvolvimento nos anos subsequentes. O patógeno ataca todos tecidos verdes e jovens da videira, como as folhas, ramos, pecíolos, gavinhas, inflorescência e frutos, ocasionando perdas que podem chegar a 100%, caso medidas adequadas de controle não sejam tomadas. Outro dano observado é o baixo vigor das plantas que foram atacadas no ano anterior, vindo a comprometer a safra seguinte.
                A fase crítica é o início da brotação onde o controle é indispensável. A severidade da doença depende, principalmente, das condições locais de alta umidade e exposição a ventos frios.
Controle
                   Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para evitar ou minimizar o risco de ocorrência desta doença, tais como:
                - Evitar o plantio em lugares com alta umidade e em terrenos expostos a ventos frios.
                - Utilizar material vegetativo sadio.
                - Na poda de inverno eliminar o maior número possível de sarmentos com lesões de antracnose.
                - Fazer tratamento de inverno com calda sulfocálcica a 4 o Baumé.
                Durante o período vegetativo aplicar fungicidas recomendados para o controle desta doença, iniciando quando a brotação tiver de 5 a 10 cm de comprimento e seguir até que as condições climáticas sejam favoráveis ao desenvolvimento da doença (temperatura mínima abaixo de 18 oC).
                Os fungicidas indicados para o controle desta doença são:
a)          Fungicidas de contato – dithianon, captan, folpet, clorothalonil, maneb e mancozeb.
b) – Fungicidas sistêmicos – Tiofanato metílico, difeconazole, tebuconazole e imibenconazole.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANCO, D.J.; ERINCIK,O. and ELLIS, M.A.- Phomopsis cane and leaf spot of grape. Department  Patology. Ohio State University Extension. 2011.
HILTON, J. and MOLLON, D. – Phomopsis cane and leaf spot. Department of Horticulture, Department of Plant Patology. University of Minnesota.
NAVES, R.L.; GARRIDO, L.R.; SONEGO, O.R. e FOCHESATO, M. – Antracnose da videira: sintomatologia, epidemiologia e controle. Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica 69. 2006,
PEARSON, R.C. and GOHEEN, A.C. – Compendium of grape diseases. 1st ed. American Phytopathological Society Press, St. Paul, Minnesota, USA. 1988
RAWNSLEY, B. and WICKS, T. – Phomopsis vitcola. Pathogenicity and management. South Africa Research and Development Institute (SARDI). 2002.



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