Esta doença é causada pelo fungo Glomerella cingulata (Stonem) Spauld e Schrenk, fase perfeita ou sexual de Colletotrichum gloeosporioides (Penz)
Penz e Sacc, fase imperfeita ou
assexual.
O
fungo sobrevive de um ciclo vegetativo da videira a outro nos frutos
mumificados e nos pedicelos que são a fonte de inoculo primário. Durante a
primavera ocorrendo chuvas os conídios produzidos pelos micélios sobreviventes
causam a infecção primaria. Os conídios causam todas as infecções secundárias
durante todas as estações, tão logo a temperatura e umidade tornam-se
favoráveis, sendo que a disseminação ocorre pela ação da chuva, vento, animais
e insetos.
A produção de conídios é abundante durante a
primavera, mas decresce no verão. Os frutos são suscetíveis a infecção durante
todos os estágios de desenvolvimento desde as bagas recém formadas até a
maturação, mas não apresentam nenhum sintoma antes da maturação. O
desenvolvimento da doença é favorecido com altas temperaturas (25 a 30 oC)
e umidade. A hifa penetra na cutícula da
uva e permanece latente até a uva iniciar a maturação, quando então aparecem os
sintomas primários. Quando os frutos estão maduros a hifa coloniza o pericarpo
inter e intracelular e os acérvulos são formados sobre a superfície do fruto.
Estudos indicam que o processo da infecção desde a germinação dos conídios,
formação de apressório e penetração em bagas em desenvolvimento ocorrem dentro
de 48 a 72 horas, entretanto o patógeno permanece em estado latente até a
maturação dos frutos.
A literatura
mostra que há dois picos de liberação de conídios, no inicio da primavera, quando
os frutos mumificados, da safra anterior, estão presentes e, durante a
maturação da uva, devido à presença de frutos em estado de apodrecimento.
O
desenvolvimento de epidemias da doença é restringido pela disponibilidade de
água livre em todas as fases do ciclo do patógeno. Não somente a esporulação
requer alta umidade, mas também a liberação e a dispersão dos esporos, molhamento
no mínimo por 4 horas e temperatura entre 20 a 25 oC são condições
requeridas para a germinação e a infecção.
As
perdas causadas por esta doença variam de região para região e conforme a
suscetibilidade da cultivar. A sua incidência é maior em anos com temperaturas
elevadas e muita umidade durante o período de maturação da uva. Além da uva
este fungo ataca maçã, moranguinhos, e outras frutas e vegetais.
Sintomas
Os
primeiros sintomas, nos frutos, são o aparecimento de pequenas manchas
concêntricas de coloração escura. Posteriormente estas manchas podem se alargar
tomando toda a baga. Sobre as manchas apodrecidas forma-se uma camada de fungo
de coloração salmão. Mais tarde a massa de esporos torna-se escura
(marrom-avermelhada). As bagas apodrecidas apresentam depressões no ponto de
infecção e gradualmente tornam-se murchas e mumificam, podendo permanecer no
cacho ou cair.
Não
se conhece sintomas desta doença sobre outros órgãos verdes da planta.
Controle
Algumas
medidas preventivas são importantes para reduzir a fonte de inoculo, como a
retirada dos cachos com bagas mumificadas logo após a colheita e aplicação de
calda bordalesa durante o inverno. Durante o ciclo vegetativo: boa aeração e
insolação dos cachos; realizar poda verde; utilizar adubação adequada evitando
o excesso de nitrogênio; evitar ferimentos nas bagas; proporcionar um bom
distanciamento dos cachos; retirar as folhas próximas aos cachos, mas evitando
a exposição direta dos cachos ao sol.
Tratamento
com fungicidas específicos devem começar logo após a floração e seguir até
próximo a colheita. No controle químico os produtos indicados são: fungicidas de contato – clorotalonil,
folpet, folpan, dithianon, mancozeb; Fungicidas
de profundidade – famoxadone e pyraclostrobina e fungicidas sistêmicos – tiofanato metílico e tebuconazole.
O
controle químico deve ser efetuado nos seguintes estágios:
a)
– após a floração, grão limpo – aplicar um
fungicida sistêmico.
b)
- inicio da
compactação do cacho e inicio da maturação – aplicar um fungicida de
profundidade.
c)
– a partir do inicio da maturação aplicar produtos
de contato que ao mesmo tempo servirão para o controle do míldio, sempre
respeitando o período de carência de cada produto.
BIBLIOGRAFIA
BERTON, O - Avaliação da
eficiência de Dithane e Cercap com e sem Agróleo no controle da Mancha Foliar
da Gala. Epagri/Estação Experimental
de Caçador.
GARRIDO, L. R. e SONEGO,
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Epidemiologia e Controle. EMBRAPA-CNPUV, Bento Gonçalves, 2004.
PEARSON, R.C. and GOHEEN,
A.C. – Compendium of grape diseases. 1st ed. American Phytopathological
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