quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

VITICULTURA - Produtividade X Qualidade



                   É claro que a produtividade de um vinhedo influi na qualidade da uva e do vinho, porém frequentemente caímos no erro de analisar a relação entre estes dois parâmetros como se tratasse de uma simples equação matemática, própria das ciências exatas, quando, na realidade, trata-se de um complexo processo biológico. Como sabemos, os processos biológicos são governados ou regulados por numerosos fatores que interagem entre si.               
                O conceito geral é que alta produtividade reduz a qualidade da fruta. Em parte isto é verdade, quando a carga de uva em uma videira é muito alta, porque atrasa a acumulação de açúcar na fruta se comparado com aquelas plantas com menos carga. Sem dúvida, existem antecedentes que indicam que o nível compatível de carga por planta não afeta a acumulação de açúcar e a qualidade da fruta. O que devemos observar é o nível de carga específico que uma planta pode amadurecer antes que um rendimento maior atrase a maturação e afete a qualidade.
                O significado fisiológico é que a qualidade da composição da uva depende mais do equilíbrio entre as folhas e a carga de uva do que o nível absoluto da carga de uva por cepa. Isto porque a produtividade não é o único elemento, talvez nem seja o mais importante, para se conseguir um vinho de boa qualidade. Um vinhedo com baixa produtividade por planta teoricamente deveria produzir alta qualidade, mas existem diversos outros fatores que podem interferir na qualidade desta uva. Dentre estes fatores devemos considerar a variedade, o clone, o sistema de condução, a idade da planta, o mesoclima do lugar, as características do solo, etc, que determinam o potencial de qualidade deste vinhedo. Nem sempre baixa produtividade é sinônimo de alta qualidade, porque pode acontecer de deixarmos poucos racimos numa planta e, no entanto o número de folhas é alto e então ocorre demasiada acumulação de açúcar na uva  e não conseguiremos uma correta maturação fisiológica. Por outro lado, se na poda deixarmos poucas gemas sobre a planta é possível que tenhamos excesso de vigor dos ramos e apareça aroma herbáceo no vinho.
                A qualidade da uva, consequentemente do vinho, é ditada pela correta utilização da energia solar pela planta, mediante a correta disposição das folhas. Os melhores vinhos são obtidos naqueles vinhedos que foram corretamente conduzidos de modo que conseguiram otimizar a captação da luz solar e onde existe um perfeito equilíbrio entre a área foliar e a produtividade.

BIBLIOGRAFIA
BRAVDO, B. A; HEPNER, Y.; LOINGER, C.; COHEN, S. and TABACAMAN, H. – Effect of crop level and load on growth, yield, must and wine composition and quality of Cabernet Sauvignon. Am. J. enol. Vatic. 36: 125-131, 1985.
FREEMAN, B. F. and KLIEWER, W. M. – Effect of irrigation, crop level and potassium fertilization on Carignane vines. II Grape and wine quality. Am. J. Enol. Vitic. 34(3): 197-207. 1983.
OJEDA, H. -  Como se relaciona la calidad de La uva y Del vino com El rendimiento del viñedo?

PONI, S. – Influencia de la Gestión de la Vegetación em la Calidad de la Uva. Instituto de Fruti-Viticoltura, Universitá Cattolica Del Sacro Cuore. Piacenza, Italia. Revisto Enologia 4. 2008

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Má fecundação das flores da videria

                         Numa única inflorescência existem centenas de flores, mas nem todas irão formar frutos. Em média somente 50% destas flores se transformarão em frutos. Se ocorrer uma percentagem maior se formará um cacho compacto, aumentando o risco de desenvolver podridões, especialmente nas regiões com alta umidade durante a maturação. Por outro lado, se uma percentagem menor de flores for fecundada se desenvolverá um cacho ralo.
                O abortamento das flores pode ocorrer por vários motivos e por diferentes formas. Pode acontecer a perda total da inflorescência, conhecida como necrose da inflorescência, ou a perda individual de flores, chamada de necrose das flores. Algumas inflorescências podem cair antes do florescimento, enquanto que outras podem abortar no florescimento. Finalmente, pode também ocorrer que algumas flores desenvolvam pequenas bagas que não amadurecem e podem cair antes da colheita, ou permanecerem no cacho.
                O desenvolvimento da flor inicia logo após a abertura da gema e demora de seis a oito semanas para estar pronta para a floração. Condições adversas que ocorram durante este período podem interferir no seu desenvolvimento e causar o abortamento na floração.
                Os eventos causadores do abortamento das flores podem estar associados a: nutrição da planta, vigor da planta, clima e a outros eventos prejudiciais.
Nutrição da planta = A pesquisa tem demonstrado o impacto que a nutrição causa sobre a formação de gemas frutíferas (numero de flores por cacho, cachos por gema e cachos por ramo) desenvolvidas durante o ciclo vegetativo anterior a floração e na diferenciação floral que ocorre no ciclo vegetativo da floração. A concentração de carbono e de nitrogênio existentes na planta demonstrou ser uma potencial causa do abortamento de flores e de necrose da inflorescência. A influência da relação carbono / nitrogênio na videira é complexa e ainda não completamente conhecida. Entretanto, sabe-se que teores muito altos ou baixos de nitrogênio podem induzir a baixa fecundação das flores e necrose da inflorescência. Isto não ocorre somente devido a concentração de nitrogênio nos tecidos, mas sim a relação existente entre carbono e nitrogênio, pois isto se refere diretamente ao vigor da planta.
                Deficiência de micronutrientes como boro e zinco pode também resultar em baixa fecundação das flores e estes micronutrientes são especialmente importantes no inicio do crescimento dos sarmentos. O boro é muito importante durante a floração por interferir no desenvolvimento do tubo polínico, necessário para a fertilização da flor.
                Estresse hídrico próximo ao período da floração também tem relação com a baixa fecundação das flores e isto pode ser explicado por causar redução no crescimento do broto que vai originar baixa absorção de nutrientes.
Vigor da planta = As videiras com excesso de vigor tendem a ter alta concentração de nitrogênio em seus tecidos, diminuindo a relação carbono / nitrogênio. Contrariamente, videira fraca tem baixo teor de nitrogênio e alto de carbono, alta relação carbono / nitrogênio. Em ambos os casos há uma relação desequilibrada entre o carbono e o nitrogênio e isto tende a induzir fraca fecundação das flores. Isto também causa uma competição entre os ramos e as inflorescências. Videiras muito vigorosas – os ramos podem competir com as inflorescências por carboidratos na pré-floração e pode reduzir a fecundação das flores. Entretanto, videira com fraco vigor tem poucas reservas de carbono e nitrogênio, devido ao fraco desenvolvimento. Esta deficiência de substancias de reserva, nas videiras fracas, não vai abastecer as flores e isto causa baixa fecundação. Por estes motivos é importante regular o vigor da videira para se obter boa fecundação das flores, deve existir um balanço entre o sistema vegetativo e reprodutivo. O segredo é ter videiras moderadamente vigorosas.
Clima = baixas temperaturas e alta umidade, durante a floração, podem prejudicar a fecundação das flores; embora a interferência seja diferente em relação ao período em que ocorram (na iniciação floral, no desenvolvimento, na floração e na formação dos frutos). Frio e alta umidade na pré-floração pode causar problemas no desenvolvimento da flor. Estes fatores climáticos interferem na relação carbono / nitrogênio, particularmente se ocorrerem no estágio inicial do ciclo vegetativo. Se ocorrer baixas temperaturas durante a floração, retarda a floração e provavelmente ocasiona abortamento de flores.       
                        O fator climático tem grande influência na fecundação da flor e formação do fruto. Com temperaturas abaixo de 15,6 oC ou acima de 37,8 oC há inibição da formação do tubo polínico e consequentemente não ocorre à fecundação do ovulo. Baixas temperaturas estão associadas a não abertura da caliptra, enquanto que tanto nas baixas como nas altas há menor fecundação do ovulo por dificultar o desenvolvimento do tubo polínico e a própria fecundação do ovulo. Chuvas durante a floração, ou alta umidade, também reduzem a fecundação do óvulo por impedir a completa abertura da caliptra. A chuva pode também diluir o fluido estimático e isto interfere na germinação do grão de pólen.
Outros eventos prejudiciais = qualquer evento que cause grandes danos a copa (folhas) da videira pode induzir a baixa fertilidade das flores. Nestes eventos se incluem todos os que possam causar a desfolhação precoce da videira. Após a colheita os carboidratos elaborados nas folhas são armazenados no tronco e raízes, formando as substancias de reserva, e no outono, antes da queda das folhas, transferem os nutrientes armazenados nas folhas para o tronco e raízes para se incorporarem as reservas. Se ocorrer qualquer evento que cause a desfolhação precocemente, pode evitar esta transferência de nutrientes e carboidratos deixando as videiras com poucas reservas para a primavera seguinte. Assim como, danos nas folhas no inicio do ciclo vegetativo podem induzir a fraco desenvolvimento floral. Ambos os casos, ocasionam baixa fecundação das flores por reduzir a assimilação de carbono e a sua estocagem.


Bibliografia consultada
DOKOOZLIAN, N. K. – Grape Berry Growth and Development.
GALET, P – Pecis de Viticulture. Imprimierie De’han, Monpellier, 1988.
MAY, P. - Flowering and Fruitset in Grapevines. Adelaide: Lythrum Press. 2004.
SKINKIS, P – Causes of poor fruit set in grapes. Oregon State Univirsity. 2013.
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MÍLDIO DA VIDEIRA

                            A doença é causada pelo fungo Plasmopora vitícola (Berk & Curt).
                O fungo hiberna sob a forma de oósporos no interior das folhas infectadas e caídas sobre o solo e pode, também, passar o inverno na forma de micélio dormente sobre os sarmentos atacados. Estes esporos são muito resistentes e podem sobreviver por mais de cinco anos. Nas manchas de Míldio existentes nas folhas no final do ciclo, a produção de oósporos pode acontecer com qualquer temperatura, mas parece que ocorre preferencialmente quando há pouca umidade, porque  neste caso, não é possível a esporulação, ou então quando as folhas estão em senescência. A quantidade de oósporos produzida é extremamente alta, facilmente pode alcançar 250/mm2. Estes esporos amadurecem durante o inverno e somente germinam rapidamente, no inicio do ciclo vegetativo da videira, formando esporângio quando expostos a um filme de água.
                Na primavera quando a temperatura do solo estiver ao redor de 12 oC a 13 oC e umidade, ocorre à germinação do oósporo formando o esporângio. Uma vez que o esporângio  se desenvolveu, libera os zoósporos que são transportados para as folhas novas pela ação dos pingos da chuva ou pelo vento.
                A primeira infecção somente ocorre quando a temperatura mínima do ar estiver acima de 10 oC, com a queda de no mínimo 10 mm de chuva nas ultimas 48 horas e que as folhas tenham no mínimo 6 a 8 cm2 de área (isto corresponde, aproximadamente, ao comprimento do broto de 10 cm).
                Uma vez os zoósporos caindo sobre a folha, por possuir cílios que se movimentam, incistam-se no estômato da mesma e penetram, instalando-se na câmara estomática, daí o pro-micélio se expande através do espaço intercelular colonizando o tecido do hospedeiro. Sob condições favoráveis de temperatura e umidade o tempo decorrido entre a penetração e a germinação é de 90 minutos.
                O tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas (mancha de óleo na parte superior da folha) é de aproximadamente 4 dias, dependendo da idade da folha, cultivar, temperatura e umidade. Isto ocorre porque o micélio, depois de certo período, chamado de incubação, destroem os cloroplastos, surgindo então à mancha amarelada (mancha de óleo), e cerca de um a três dias após o aparecimento da mancha de óleo surge à mancha de conídios na parte inferior da folha. Mas para que isto ocorra é necessário que a temperatura mínima esteja ao redor de 14 oC e umidade relativa acima de 80%, a partir disto poderão ocorrer às infecções secundárias.


               Todos os fatores que contribuem para aumentar o teor de água no solo, ar e planta favorecem o desenvolvimento do Míldio. Dificilmente ocorre infecção se a umidade do ar for inferior a 75%, porém, ela será grande quando o período de água livre (chuva, orvalho ou neblina) for maior de três horas e sob condições de céu encoberto.
       O fungo incide sobre todos os órgãos verdes da planta, preferencialmente naqueles mais tenros, desenvolvendo um micélio que neles penetra para absorver a seiva.
                Dependendo da temperatura, umidade e a suscetibilidade da variedade, o ciclo da doença completa-se em 4 a 18 dias. Havendo elevação de temperatura e período seco, o míldio entra em dormência reaparecendo quando as condições climáticas forem favoráveis.
                O ataque do míldio sobre a inflorescência (antes da floração) ou no cacho recém formado (logo após a floração), causa perda elevada de produção. Quando ocorre sobre a inflorescência a danifica deixando-a em forma de gancho. Na floração, o patógeno provoca o escurecimento e destruição das flores afetadas, sintomas muito semelhantes aos ocasionados pela antracnose. Nos estádios da pré-floração e em bagas pequenas, o fungo penetra pelos estômatos, causando escurecimento e secagem destes órgãos, observando- se uma eflorescência branca que é a frutificação do fungo.  

                 Controle
Algumas medidas profiláticas ligadas à condução da videira e que podem ser utilizadas para a prevenção do Míldio:
- Favorecer uma boa drenagem do solo evitando a formação de poças de água;
- Controlar o vigor excessivo das videiras, através de uma correta adubação, especialmente atenção com o excesso de nitrogênio;
- Eliminar por ocasião da poda hibernal os ramos ladrões da base das cepas (fonte primária para o ataque do Míldio);
- Realizar poda verde precoce a fim de melhorar o arejamento e a insolação dos cachos.
Tratamento químico = Até que ocorra a infecção pelo Míldio, todos os produtos são eficientes, isto é; como preventivos. A partir da infestação, até 24 ou 48 horas após, pode-se obter o controle mediante o emprego de fungicidas translaminares ou sistêmicos.
                Quando aparecer a mancha amarela (mancha de óleo) na superfície superior da folha, mas antes do aparecimento da mancha branca na face inferior, obtem-se bom controle mediante o uso de fungicidas de ação antiesporulante, como é o caso do Dimetomorf, Fenamidona e Iprovalicarb.
Como estratégia de controle, no inicio do ciclo vegetativo da videira quando a área foliar ainda é pequena, a temperatura não está dentro da faixa ótima para o desenvolvimento do míldio e a quantidade de inoculo é pequena, embora ocorram chuvas, os estragos que podem ser causados pelas infecções primárias são insignificantes. Nesta fase corresponde aos primeiros tratamentos,  às intervenções podem ser feitas com produtos de contato, mesmo com tempo chuvoso. Embora não seja errado o uso de produtos sistêmicos ou translaminares. Entretanto, devemos considerar que estamos usando produtos sistêmicos ou translaminares numa fase que não são necessários, comprometendo a sua utilização mais tarde (devido o risco de resistência é aconselhável usá-los 3 a 4 vezes por ciclo vegetativo) e além disso, são mais caros. Numa fase posterior que vai dos cachos separados ao inicio da floração, podemos usar qualquer tipo de fungicida, dependendo das condições climáticas: tempo seco e sem míldio visível usar fungicidas de contato; tempo úmido, embora sem a presença de míldio, é aconselhável usar produtos sistêmicos ou translaminares.
                Na fase de floração é aconselhável o uso de produtos sistêmicos ou translaminares, a não ser que o tempo seja seco e então podemos usar produtos de contato.
                A partir do inicio da formação do grão, que geralmente coincide com o final de Outubro, entramos num período critico onde a ocorrência de míldio é muito grande, devido às condições de umidade e temperatura, e este período se estende normalmente até final de Novembro. Neste período devemos seguir tratando com produtos de ação sistêmica ou translaminar. A partir desta data, final de Novembro, se o tempo for seco podemos tratar com produtos de contato, mas se o tempo for chuvoso é aconselhável utilizar produtos translaminares. Sempre observando que a partir do grão tamanho de ervilha, como neste estágio a transpiração deste órgão é muito pequena, os produtos sistêmicos terão pouca ação no controle da doença sobre o grão.
                Dentre os fungicidas recomendados para o controle do Míldio encontramos:
                - Produtos de contato = Os fungicidas protetores (de contato) formam uma camada na superfície do órgão tratado e protegem a planta da infecção pelo patógeno. Quando o esporo do fungo cair na superfície foliar e absorver água para germinar, absorve também o fungicida e a germinação é impedida. Os principais produtos são =  dithianon, captan, folpet, mancozeb, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, metiran, propineb, maneb e sulfato de cobre.
                - Produtos translaminares ou de profundidade =  
                - Penetrante local (mesostêmicos) = o fungicida move-se somente em pequena distancia, somente penetra na cera cuticular e permanece lá = Famoxadona e Zoxamida
                - Penetrante translaminar (Loco-sistêmicos, de profundidade ou translaminares) = pode se mover através da cutícula entre as células até o lado oposto da folha. = azoxistrobina, cymoxanil, fenamidone, iprovalicarbe e piraclostrobina.
                - Produtos sistêmicos =  movem-se através das células e seguindo a rota da transpiração. Os sistêmicos podem se mover para cima e para baixo na planta. Vários fungicidas são considerados sistêmicos. Devemos lembrar que o fungicida sistêmico tem limitadas habilidades curativas. Os fungicidas penetrantes somente param ou reduzem a infecção nas primeiras 24 ou 72 horas após a penetração do fungo. Portanto, melhor controle é conseguido quando os fungicidas penetrantes são aplicados preventivamente =  benalaxil, metalaxil e fosetil alumínio.



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BALDACCI, E and REFATTI, E. - . La lotta contro le due maggiori ampelopatie: peronospora (Plasmopara viticola) e oidio (Uncinula necator) in relazione alla conoscenza dei periodi di incubazione e dei cicli biologici. Annali della Facoltà di Agraria di Milano. 1956.
COSTA, J. P. N. – Míldio da Videira. Div. Doc. Inf. e Relações Públicas. Min. Agr. do Des. Rural e da Pesca. Portugal.
COSTA, JORGE P. N. – Míldio da Videira (Plasmopora viticola) – Fungicidas e estratégia de luta química. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Portugal.
GARRIDO, L. R. e SONEGO, O.R. – Mildio da Videira. Cultivar HF. Dez.2001/Jan 2002.
GESSLER, C; PEROT, I and PERAZZOLLI, M. - Plasmopara viticola: a review of knowledge on downy mildew of grapevine and effective disease management. Phytopathol. Mediterr. (2011).

MYERS. A. L - Downy mildew of grape. Grape Pathology Extension Specialist, Department of lant Pathology, Physiology, and Weed Sciences, Virginia Tech. AHS Agric. Res. Expt. Station, Winchester, VA

National Wine & Grape Industry Center. Australia
PEARSON, R.C. and GOHEEN, A.C. – Compendium of grape diseases. 1st ed. American Phytopathological Society Press, St. Paul, Minnesota, USA. 1988.

SMITH, D. L. – Undertanding fungicides to Improve their use and efficacy. Department of Plant Pathology. University of Wisconsin-Madison, Madison. 2013.

VCR – Guida Pratica Allá Lotta Antiparasitaria della Vite. Vivai Cooperativi Rauschedo.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ESCORIOSE & ANTRACNOSE DA VIDEIRA

ESCORIOSE


                   Esta doença é causado pelo fungo Phomopsis viticola Sacc.
                Durante o inverno o fungo sobrevive na forma de micélio ou de picnídio nas gemas dormentes da base do sarmento. Nesta forma, nas feridas existentes, pode sobreviver de um a três anos.
                No período de abertura das gemas, quando a picnídia é molhada libera os esporos que são lavados ou jogados, pelos pingos da chuva, sobre os brotos novos em desenvolvimento. Por este motivo é que as lesões de Escoriose aparecem somente nos 2 ou 3 primeiros entrenós. Estes esporos germinam com temperatura baixa e na presença de água livre, ou umidade relativa ao redor de 100%. Nestas condições a infecção pode se instalar em algumas horas. Entretanto, os sintomas somente aparecerão cera de 21 a 30 dias após a infecção.
                É importante salientar que esta doença tende a se dispersar na videira atacada, mas não de uma videira a outra, por isto, o ataque é localizado dentro do vinhedo. A dispersão a longa distancia normalmente é causada pela propagação de material contaminado.
Controle
                   Devido às lesões que permanecem sobre o sarmento ser a fonte de inoculo para as infecções nas brotações novas, recomenda-se  que na poda de inverno sejam eliminadas o máximo possível destas lesões. Quando ocorre ataque severo durante o período vegetativo, recomenda-se realizar tratamento de inverno com calda sulfocalcica a 4 o Baumé.
                No inicio da brotação aconselha-se efetuar dois tratamentos com fungicidas protetores, o primeiro quando os brotos tiverem cerca de 1 cm de comprimento e o segundo com 6 a 12 cm de comprimento (duas a três folhinhas abertas). Entretanto, em períodos muito frios em que o crescimento dos brotos é lento, é aconselhável realizar uma ou duas aplicações suplementares.
                Como esta doença se propaga na fase inicial do desenvolvimento vegetativo quando a área foliar é pequena e neste estágio a absorção de produtos sistêmicos ou de profundidade é muito pequena ou nula, recomenda-se usar produtos de contato. Neste caso os mais indicados são: dithianon, mancozeb, captan e enxofre.



ANTRACNOSE
                   A doença é causada pelo fungo Elsinoe ampelina (de Bary).
                O fungo hiberna, nas lesões existentes nos sarmentos, através  da estrutura chamada de sclerocia, e, na primavera quando ocorrer um período úmido por 24 horas e temperaturas acima de 2 oC produz muitos esporos, conídios. Os conídios são projetados para as partes verdes da planta através da água livre ou chuva de no mínimo 2 mm.
                Além de causar perda de produção, pode afetar toda a parte aérea da planta comprometendo seu desenvolvimento nos anos subsequentes. O patógeno ataca todos tecidos verdes e jovens da videira, como as folhas, ramos, pecíolos, gavinhas, inflorescência e frutos, ocasionando perdas que podem chegar a 100%, caso medidas adequadas de controle não sejam tomadas. Outro dano observado é o baixo vigor das plantas que foram atacadas no ano anterior, vindo a comprometer a safra seguinte.
                A fase crítica é o início da brotação onde o controle é indispensável. A severidade da doença depende, principalmente, das condições locais de alta umidade e exposição a ventos frios.
Controle
                   Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para evitar ou minimizar o risco de ocorrência desta doença, tais como:
                - Evitar o plantio em lugares com alta umidade e em terrenos expostos a ventos frios.
                - Utilizar material vegetativo sadio.
                - Na poda de inverno eliminar o maior número possível de sarmentos com lesões de antracnose.
                - Fazer tratamento de inverno com calda sulfocálcica a 4 o Baumé.
                Durante o período vegetativo aplicar fungicidas recomendados para o controle desta doença, iniciando quando a brotação tiver de 5 a 10 cm de comprimento e seguir até que as condições climáticas sejam favoráveis ao desenvolvimento da doença (temperatura mínima abaixo de 18 oC).
                Os fungicidas indicados para o controle desta doença são:
a)          Fungicidas de contato – dithianon, captan, folpet, clorothalonil, maneb e mancozeb.
b) – Fungicidas sistêmicos – Tiofanato metílico, difeconazole, tebuconazole e imibenconazole.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANCO, D.J.; ERINCIK,O. and ELLIS, M.A.- Phomopsis cane and leaf spot of grape. Department  Patology. Ohio State University Extension. 2011.
HILTON, J. and MOLLON, D. – Phomopsis cane and leaf spot. Department of Horticulture, Department of Plant Patology. University of Minnesota.
NAVES, R.L.; GARRIDO, L.R.; SONEGO, O.R. e FOCHESATO, M. – Antracnose da videira: sintomatologia, epidemiologia e controle. Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica 69. 2006,
PEARSON, R.C. and GOHEEN, A.C. – Compendium of grape diseases. 1st ed. American Phytopathological Society Press, St. Paul, Minnesota, USA. 1988
RAWNSLEY, B. and WICKS, T. – Phomopsis vitcola. Pathogenicity and management. South Africa Research and Development Institute (SARDI). 2002.



domingo, 8 de setembro de 2013

VITICULTURA – a brotação


 

 
 


                   Quando as gemas estão em plena dormência, durante o inverno, elas são isoladas do sistema vascular da planta, desidratadas, saturadas de compostos para resistirem ao congelamento (açucares e proteínas). Os elementos vasculares dos ramos e tronco são fechados com tecido caloso  (floema) ou enchidos de água (xilema). Na primavera quando a brotação inicia, a videira necessita restabelecer a conexão entre as gemas e as raízes. Este processo, que inicia com a abertura das gemas, somente se completará próximo a floração.

                Uma vez que as videiras entraram em dormência no inverno, as gemas não brotam enquanto não tiver alta temperatura, elas devem passar por um período mínimo com temperatura de 5 oC para brotarem. No final do inverno, após ter ocorrido o período mínimo de frio, as gemas tendem a brotar com o aumento da temperatura por qualquer número de dias e na presença de umidade.

                No inicio da primavera quando a temperatura aumenta e as gemas são reidratadas (chuva, neblina, alta umidade relativa do ar), elas gradualmente desaclimatam e perdem a resistência a baixas temperaturas. Com temperaturas acima do ponto de congelamento, as enzimas dependentes da temperatura começam a ser ativadas, seu grau de ativação dobra a cada 10 oC.  Com o aquecimento do solo, a atividade radicular é ativada e o sistema capilar conduz a água para o tronco e parte aérea, resultando na circulação da seiva e aumentando a hidratação das gemas. As gemas incham e iniciam a nova conexão vascular.

                Após sofrerem o efeito das baixas temperaturas que provocou a sua saída da dormência, as gemas permanecem pelo menos até final de Agosto na fase de pós-dormência, neste transcurso ocorre uma evolução fisiológica independente do frio hibernal. As baixas temperaturas neste período parece não modificar sensivelmente o estado das gemas latentes cujas exigências de frio foram satisfeitas. Portanto, as gemas sofrem uma evolução fisiológica lenta que as aproxima do estado de brotação.

                O período de crescimento vegetativo inicia com um fenômeno típico da videira, embora nem sempre seja perceptível, o choro. Este se manifesta cerca de 15 dias antes do inicio da brotação com a emissão de líquido nos cortes da poda. O choro é a consequência do rápido incremento do ritmo de absorção de água pelas raízes. Este líquido é rico em substâncias minerais e orgânicas, como tartaratos, substâncias gelatinosas, nitrogênio, mas especialmente açúcares (principalmente a glicose) provenientes da hidrolise do amido radicular. Quanto mais vigorosa a planta maior a quantidade de liquido que pode verter; para evitar o choro é suficiente recorrer à poda precoce, isto é; antecipar a poda, permitindo assim que ocorra a cicatrização da ferida.

                Quanto ao inicio da brotação, as diferentes cultivares se distinguem umas das outras pelo seu ritmo vegetativo próprio, que se manifesta pela precocidade de brotação em condições naturais. Portanto, cada cultivar reage de modo diferente frente à temperatura e sofre uma evolução fisiológica cuja velocidade e intensidade depende sobre tudo do seu ritmo vegetativo.

                A brotação inicia quando a temperatura média diária ultrapassa os 10 oC por um período de 7 a 10 dias consecutivo. Além disso, é controlada pelo estimulo do hormônio de crescimento, citocinina, hormônio este sintetizado nas raízes e transportado via seiva para os ramos e outro fator importante é que nas gemas já ocorreu à eliminação do hormônio que inibe o crescimento, ácido abcíssico.

               

 

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AWRI – Bud dormancy an budburst. Research to Practice. www.awri.com.au

FREGONI, M – Viticoltura di Qualità.Editore Phytoline. Via Pascoli,4 – Affi (Vr), 2005.

GONZALO, F. G. y PSZCZCÓTKOWSKI, Ph – Viticultura – Fundamentos para Otimizar Producción y Calidad. Ediciones Univ. Cat. De Chile, Santiago, 2007.

MARTINSON, T. and GOFFINET, M.  – How Grapevines Reconnect in the Spring. Cornell University. College of Agriculture and Life Sciences Viticulture and enology Program.

RIBÉREAU – GAYON, J. et PEYNAUD, E – Ciências y Técnicas de la viña. Tradução Conrado Ponce de Leon. Editorial Hemisferio Sur AS. Buenos Aires, 1982.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A PODA DE PRODUÇÃO DA VIDEIRA


               A poda consiste na eliminação ordenada de uma porção da copa, normalmente sarmentos com gemas ou brotos com folhas e, ocasionalmente, raízes. Isto produz alterações importantes na planta, que podem ser positivas ou negativas, por isto deve ser feita por pessoas que tenham conhecimento e com objetivos bem claros.

                A poda de produção deve conferir-lhe facilidade de manejo (controle das dimensões da videira, manutenção da forma original), adequada iluminação no interior da copa (espaço entre os esporões e/ou varas e os brotos), controle da carga de frutos (localização da madeira de produção, quantidade de flores e frutos, qualidade dos frutos, uniformidade de produção ao longo dos anos), longa vida (manter o vigor, regulando competências e evitar o envelhecimento), sanidade (eliminação da madeira doente ou morta) e também persegue reparar danos ou deformações.
                A poda pode ajudar a atenuar os elementos adversos como geadas primaveris, excesso de temperatura e umidade nos cachos, etc.; embora não seja fator decisivo visto que, uma variedade bem adaptada, um sistema de condução apropriado e outros aspectos do cultivo, tenham um papel mais importante.
                A poda pode atrasar o inicio da brotação e com isto reduzir o risco de geadas primaveris ou evitar condições climáticas adversas em momentos críticos do período fenológico, tais como o inicio da maturação. Este efeito pode ser conseguido mediante a poda tardia, logo antes da brotação e inclusive mediante a execução de duas podas: uma pré-poda, onde se deixa somente os sarmentos que formarão os futuros esporões ou varas, porém com um maior numero de gemas e após a poda definitiva, quando se calcula que o período de geadas passou, deixando então a videira com a carga correta de gemas.

                A característica principal que relaciona uma variedade com a poda é a fertilidade das gemas, entendendo-se esta como o número de inflorescências por broto. Variedades férteis em suas gemas basais admitem poda curta, inclusive esporões de uma única gema. Ao contrário, existem outras variedades que somente possuem fertilidade nas gemas mais altas, quarta, quinta ou mais; exigindo, por tanto, uma poda longa.
                Entende-se por fertilidade das gemas o número de cachos que é capaz de originar. Existe uma grande flutuação de valores de fertilidade: nas gemas basais, geralmente, é reduzida ou nula porque estas se formam num período desfavorável a diferenciação. O mesmo pode-se dizer das gemas da extremidade apical, enquanto que na faixa central do sarmento a fertilidade é mais alta, porque durante o seu desenvolvimento as gemas foram beneficiadas por uma melhor nutrição e melhor condição climática.
                O método mais comum de determinar a carga de gemas é empírico e se baseia no vigor, tomando-se como base a quantidade e o tipo de lenho presente (diâmetro, comprimento e ramificações dos sarmentos). De ano em ano faz-se ajustamentos para mais ou para menos. Outro método baseia-se na pesagem dos sarmentos resultantes da poda, de certo número de plantas representativas, comparando-se com o do ano anterior.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

MORTE DESCENDENTE DA VIDEIRA


MORTE DESCENDENTE DA VIDEIRA

 

                As doenças do lenho são hoje responsáveis por significativos prejuízos em vinhedos de todo o mundo, atacando em todos os estágios de crescimento da videira,  causando o declínio lento e perda de produtividade. A infecção pode ocorrer através do material de propagação ou via as feridas da poda de inverno.

                Este é um problema que preocupa todos os viticultores, principalmente por não existir um tratamento curativo para as plantas infectadas, ainda mais, por ser doenças que podem passar despercebidas durante grande parte da sua evolução  e só se manifestar muitas vezes quando os danos já são irreparáveis.

O risco de ocorrer à infecção é determinado, em grande parte, pela suscetibilidade da ferida. Neste sentido numerosos fatores contribuem, como: período do ano em que é feito o corte, o tempo que a ferida demora para cicratizar,  movimento da seiva e temperatura. As feridas feitas no inicio do inverno são suscetíveis por quatro a cinco semanas, enquanto que as feitas no final do inverno ou inicio da primavera são suscetíveis por 10 a 14 dias. As feridas cicatrizam mais rapidamente quando feitas mais tarde do que no inicio do inverno devido ao mecanismo natural da videira. As feridas também tendem a secar mais rapidamente com temperatura mais alta, que ajuda a cicatrizar. A temperatura mais alta no final do inverno também favorece o desenvolvimento de outros microorganismos na superfície da ferida, promovendo competição por nutrientes e antagonismo entre eles reduzindo a possibilidade de infecção. Alem disso, próximo ao inicio da brotação ocorre exsudação de seiva que pode expulsar os esporos de dentro dos vasos do xilema.

O tamanho da ferida também influencia na suscetibilidade. Os cortes maiores tem maior possibilidade de infecção, visto terem maior área para o fungo se instalar. Alem disso, demoram mais para cicatrizar. Estudos demonstraram que não há diferença de suscetibilidade entre cortes na madeira de dois ou três anos. Entretanto, cortes feitos na madeira de um ano tendem a ter muito menor risco dos feitos em madeira velha.

No vinhedo, o período decorrido entre a infecção nas feridas e o aparecimento de sintomas nas folhas varia de 1 a 8 anos. A invasão do micélio na madeira das diferentes variedades de uva é na base de 10 a 18 mm por ano. Os sintomas na madeira aparecem após diversos anos, e provavelmente contribui pela morte das plantas, entretanto, a severidade dos sintomas nas folhas varia de ano a ano, provavelmente devido aos fatores ambientais. Existem poucas informações sobre o efeito do ambiente no desenvolvimento da infecção, crescimento e aparecimento dos sintomas.

Os sintomas da morte descendente do lenho podem ser verificados  nos braços e no tronco pelo aparecimento, interno, de manchas necróticas e de consistência dura e com coloração acastanhada e nas folhas pelo tamanho reduzido, crispamento, necroses marginais  e que podem estender-se a toda a folha . A morte do lenho dá-se a partir de uma ferida e caminha pelo ramo no sentido descendente.

 


Os estragos desta doença refletem-se ao nível produtivo, causando desavinho e redução da produção, na perda de qualidade, podendo em algumas variedades haver a redução do componente aromático, e perdas econômicos devido ao replantio das videiras mortas.

Entre os fatores que favorecem o desenvolvimento destas doenças convém salientar:

- Clima (temperatura e umidade) exerce um papel importante no desenvolvimento destas doenças. Os períodos de chuva e frio durante a época da poda são favoráveis à dispersão dos esporos e ao desenvolvimento.

- Época da poda, especialmente durante período de chuva e de frio. Quando a poda ocorre no inicio do inverno as feridas de poda mantêm-se receptivas à doença por períodos mais ou menos longos 4 a 5 semanas, enquanto que quando a poda é feita no final do inverno ou inicio da primavera diminui a suscetibilidade à doença;

- Todos os sistemas de poda que originam grandes feridas promovem a instalação destas doenças, sendo a condução em Guyot citada como mais favorável que a poda em cordão esporonado;

- A receptividade da videira à doença está também relacionada com a idade das plantas, ou seja, as videiras adultas com 25 a 30 anos apresentam a máxima susceptibilidade, embora possa contaminar videiras jovens;

- Há autores que referem à influência de certos porta-enxerto, como do gênero Rupestris. (devido à sua riqueza em taninos);

- Fatores que aumentem o vigor da videira, especialmente nos primeiros cinco anos da plantação (solos férteis, porta-enxerto vigoroso, adubações excessivas);

- Todas as técnicas culturais que possam provocar feridas (cortes de poda de grandes dimensões, acidentes com maquinas e ferramentas, escarificações profundas, etc);

- Falta de desinfecção dos utensílios de corte bem como plantas mortas deixadas sobre o solo, favorecem a disseminação dos fungos responsáveis por estas doenças.

Controle

                   Na ausência de tratamentos químicos eficazes, torna-se assim imperativo adotar medidas profiláticas (meios de luta cultural) de forma a reduzir a fonte de inoculo e o risco de contaminação, e paralelamente proceder à reconversão ou replantio das videiras afetadas, a fim de diminuir os impactos destas doenças.

Diversas práticas de manejo são preconizadas para evitar o ataque dos fungos causadores da morte descendentes, como a retirada e queima de toda a madeira da poda de dentro do vinhedo, não podar quando chove ou houver alta umidade e podar o mais tarde possível e pincelamento das feridas com pasta protetora.

No caso de videiras atacadas é recomendável eliminar toda a parte com sintomas até cerca de 10 cm abaixo do local em que não aparecem mais sintomas.

A eliminação da parte das videiras atacadas de dentro do vinhedo pode reduzir o nível da fonte de inoculo, entretanto somente isto não é suficiente. Os esporos do fungo podem ser carregados pelo vento por cerca de 50 km e há muitas fontes de inoculo, como árvores frutíferas, árvores nativas e plantas ornamentais.

A transmissão via ferramentas de trabalho é sem duvida o maior fator de disseminação da doença. Entretanto, o uso de fungicida sobre a ferida elimina qualquer fungo disseminado pela ferramenta. Mas a desinfecção da ferramenta é uma prática aconselhável.

Há estudos indicando que o Tebuconazole, Fenarimol, Cyprodinil + Fludioxonil e Tetraconazole são os fungicidas que mais inibem a germinação de esporos e também inibem o desenvolvimento das hifas.

Portanto, como medida de prevenção devemos adotar a estratégia de pincelamento das feridas feitas sobre o lenho, quer seja de poda, eliminação de parte atacada ou acidentais, com um dos seguintes produtos:

1 – Pasta bordalesa = em 10 litros de água dissolver 2 kg de Sulfato de Cobre e 2 kg de cal.

2 – Tinta plástica = em um litro de tinta plástica adicionar 20 ml (g) de um dos fungicidas acima indicados.

 

 

Bibliografia consultada

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SOSNOWSKI, M. & LOSCHIAVO, A. -  Management of Eutypa dieback and Botryosphaeria canker in south-western Western Australian vineyards. 2010.

TEY-RULH, P., PHILIPPE, I., RENAUD, J.M,, TSOUPRAS, G., De ANGELIS, P., FALLOT, J. and TABACCHI, R. - Eutypine, a phytotoxin produced by Eutypa lata the causal agent of dying-arm disease of grapevine. Phytochemistry 30. 1991.