terça-feira, 2 de agosto de 2016

PODANDO A VIDEIRA


                   A frutificação da videira somente ocorre em ramos formados no ano, portanto, em ramos jovens. Estes ramos resultam de gemas frutíferas e passam a se desenvolver após a poda. Podem

ser identificados pela sua casca fina e clara e, também, por serem mais retos que os ramos velhos. Estes são tortuosos e sua casca, escura e áspera.

                   Na escolha do ramo a deixar como esporão ou como vara, é importante verificar se este foi produtivo, na safra anterior a poda,  pois o ramo que produziu frutos é uma certeza que terá gemas férteis, ao passo que aquele que não produziu na maioria dos casos não é produtivo na próxima safra.

                Na videira não se distinguem gemas vegetativas e gemas frutíferas, como em muitas espécies, mas sim somente gemas mistas, que originam brotos com inflorescências e folhas ou somente folhas. A gema da videira é composta, sendo a principal chamada de primária, que dá origem a um broto frutífero; as outras duas são chamadas de secundárias, que geralmente brotam quando ocorrer algum dano com a gema primária (geada, granizo, vento, dano nas gemas superiores), as quais dão origem a brotos que podem ser férteis ou não. Em geral, são mais férteis nas variedades americanas e híbridas que nas viníferas.

                - Gemas prontas =  formam-se na primavera-verão, cerca de uma dezena de dias antes das gemas francas. Assim que formadas podem dar origem a uma brotação chamada feminela ou neto (ramo antecipado), que pode ser estéril, pouco ou muito fértil, segundo a cultivar. Localiza-se, também, na axila das folhas, ligeiramente descentralizada e abaixo da gema franca.

- Gemas francas ou axilares - formam-se na base das gemas prontas, junto à inserção do pecíolo foliar e permanecem dormentes durante o ano de formação, mas sofrem uma série de transformações. A formação do esboço dos cachos se completa somente na primavera seguinte. Durante a brotação e desenvolvimento dos ramos, as gemas francas não germinam porque são inibidas pela atividade do ápice vegetativo (dominância apical) e das gemas prontas (inibição correlativa).

- Gemas latentes = são gemas não muito desenvolvidas, localizadas na madeira velha, que foram cobertas pela sucessiva formação de tecidos. Quando brotam dão origem a ladrões estéreis, que surgem quando se realiza uma poda drástica; ocorre danos por geadas tardias nas outras gemas; há problemas com a circulação da seiva.

- Gemas basilares, da coroa ou casqueiras = são um conjunto de gemas não bem diferenciadas que se formam na base do ramo, junto à inserção do broto do ano com a madeira do ano anterior. Somente brotam quando se fizer poda curta, aplicação de regulador de crescimento ou ocorrer problemas com as gemas francas. Geralmente são férteis nas cultivares americanas e inférteis nas viníferas.

- Gemas cegas =  são as mais desenvolvidas das gemas basilares, sendo as primeiras gemas visíveis localizadas logo acima dessas. Geralmente elas são férteis nas americanas.

                No momento da poda é importante selecionar as gemas que tem maior fertilidade, isto é; a capacidade que elas tem de produzir cachos de uva, que varia de um a três por gema, no caso de variedades de Vitis viniferas, e podendo chegar a quatro ou cinco nas uvas americanas.

                A fertilidade varia conforme o tipo de gema:

                Gemas prontas – baixa a média (0,5 a 1 cacho)

                Gemas francas – média a alta (1 a 3 cachos)

                Gemas latentes – baixa (0,2 a 0,4 cachos)

                Gemas da coroa – baixa (0,2 a 0,4 cachos)

                Gemas cegas – baixa (0,2 a 0,8 cachos)

Intensidade da poda

Na execução da poda, no ato de cortar os sarmentos, uns, por serem muito fracos, ou doentes ou em numero demasiado, serão eliminados pela base. Os que permanecerem serão aparados, ficando na videira com uma gema apenas, com duas, três, quatro ou mais. Devemos, por este fato, distinguir duas intensidades de poda: poda curta e poda longa.

Poda curta – é aquela em que os sarmentos podados ficam com uma, duas ou três gemas. Neste caso chamam-se esporões.

Poda longa – é a que deixa cada sarmento podado com quatro ou mais gemas e neste caso chama-se vara.

Existe ainda a poda mista, que é a que deixa sobre a videira esporões e varas.

Para determinar a carga que convém deixar, o podador deverá estimar a capacidade da planta em produzir frutos e madeira segundo a variedade de que se trate e as condições que se encontram. Avaliar a simples vista a poda do ano anterior permitirá tomar uma decisão a respeito da riqueza da poda. Podem, neste sentido, observar as seguintes situações:

- Uma boa quantidade de sarmentos, com vigor normal e maduros nos dará a ideia de que a poda anterior foi adequada e ajustada a capacidade da planta, portanto deverá manter-se o mesmo número de gemas do ano anterior.

- Se os sarmentos são poucos, demasiadamente grossos e compridos - embora maduros e além disso se desenvolveu diversos chupões, devemos supor que a poda anterior foi pobre. Nestas condições a planta dirigiu suas atividades para produzir madeira, em razão de não haver possuído a possibilidade de frutificar normalmente por falta de gemas. A nova poda deverá ser mais rica.

- Se a planta está débil, com sarmentos curtos e finos, tem-se a evidência de uma poda anterior muito rica que produziu frutos em demasia e que rompeu o equilíbrio que deve existir entre as produções. Para restituí-lo, devemos fazer uma poda pobre, diminuindo radicalmente o número de gemas.

Consideram que a decisão a respeito da riqueza da poda que se deixa a cada ano dependerá de como avaliamos o balanço do crescimento vegetativo e produtivo do ciclo anterior. Para determinar quando uma planta está balanceada podemos considerar os seguintes parâmetros:

Vigor do ramo (sarmento) - Uma planta balanceada com ótimo vigor tem sarmentos bem maduros quanto a cor, com comprimento de 1,0 a 1,2 m, com diâmetro médio de 7 mm e com entre-nós com cerca de 6 a 8 cm de comprimento, os quais devem ser arredondados ou levemente elípticos e possuir gemas bem desenvolvidas, de aspecto globoso.

Número de sarmentos - Uma planta balanceada possui, em média, 15 a 16 sarmentos por metro linear.

Relação produção/peso de poda (Índice de Ravaz) - Esta relação dá uma indicação do balanço entre a produção de frutos e o crescimento vegetativo. A relação varia de acordo com a variedade e o ambiente. Valores entre 5 e 10 parecem ser ótimos para se obter mosto de qualidade, nas mais diversas situações. Isto significa que uma planta equilibrada deveria produzir entre 5 e 10 kg de uva por quilograma de sarmentos. Valores inferiores a 5 seriam indicadores de alto vigor e superiores a 10 indicam situações de baixo vigor e carga excessiva.

Peso da madeira de poda - o peso ótimo está entre 0,3 a 0,6 kg de madeira por planta.

Peso do sarmento - Este é um bom indicador do vigor. Vigor excessivo está caracterizado por sarmentos longos e grossos, geralmente mais elípticos do que redondos e geralmente com excessivo crescimento de feminelas. Além disso suas gemas são geralmente pequenas e menos desenvolvidas, apresentando forma mais cônica do que globosa. Um sarmento de diâmetro médio deve pesar entre 20 a 40 g, como valor ótimo.

Devemos considerar que a poda de produção tem como objetivo principal manter um determinado equilíbrio entre a vegetação (vigor, superfície folhar) e produção (numero e peso dos cachos). Está implícito que a poda regula as duas atividades, sobretudo determinando a carga de gemas (número por planta) e a distribuição no espaço vital reservado a cada videira conforme o sistema de sustentação, que obviamente deve ser mantida durante os anos, renovada, e, se necessitar, modificada ou substituída.



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terça-feira, 19 de abril de 2016

DOENÇAS DO LENHO DA VIDEIRA


                  Segundo Garrido (2015) três doenças principais foram identificadas como doenças do tronco da videira: Eutipiose, Esca e Botryosphaeria dieback, esta última conhecida no Brasil por podridão ou morte descendente da videira, todas elas envolvendo fungos colonizadores do xilema das plantas. Estas três doenças já foram relatadas no Brasil, como causadoras da morte de plantas em vinhedos, tanto em plantas adultas, como também em vinhedos recém implantados. A baixa qualidade fitossanitária do material propagativo é uma das causas da morte de plantas jovens de videira. Já a morte de plantas adultas resulta das infecções constantes, que ocorrem a cada ano, nos ferimentos ocasionados pela poda e a ausência da prática de proteção dos ferimentos, com algum produto químico ou agente de controle biológico (Garrido e Gava, 2014; Garrido e Botton, 2015).

                   Tanto Eutypa lata quanto Botryosphaeria spp. apresentam uma ampla gama de plantas hospedeiras, destacando-se as fruteiras de clima temperado e tropical (Sonego et al, 2005).

                As doenças do lenho da videira se enquadram perfeitamente na síndrome do depauperamento. Em termo geral, por depauperamento se entende a perda de vigor da planta que pode ocorrer devido a múltiplos fatores de natureza biótica (infecção parasitária ou viral, infestação de pragas) e abiótica (estresse hídrico, nutricional, geadas, condições pedológicas desfavoráveis, etc.); tais fatores podem levar a planta à morte. Muitas vezes o depauperamento é devido à concomitância de diversas causas; em fim, os vários fatores de estresse, abióticos ou bióticos, aumentam a suscetibilidade e/ou a receptividade da planta a outros patógenos, embora secundários (Serra e Peretto, 2015).

                As doenças do lenho da videira estão se tornando um problema mundial. Os sintomas são variáveis e inconsistentes, mas geralmente envolvem a madeira, necrose nas folhas, fraco desenvolvimento e em muitos casos a morte da planta. A interação entre estes patógenos e seu meio ambiente parece ser complexo e muitas vezes específico da espécie e da localização, com o estresse ambiental influenciando muito, potencializam-se a infecção latente (Newsome, 2012).

1 - PRINCIPAIS DOENÇAS DO LENHO DA VIDEIRA

1.1 - EUTIPIOSE - Doença causada pelo fungo Eutypa lata, que entra através de feridas recentes, como as feridas da poda.

1.1.1 - Sintomatologia

                   Na planta (braços e tronco), manifestam-se os sintomas primários que resultam da ação direta do fungo, e que consistem em manchas necróticas e de consistência dura, que em corte transversal têm formato em "V" e com coloração acastanhada. Esta morte do lenho dá-se a partir de uma ferida e caminha pelo ramo no sentido descendente. Fungos do gênero Botryosphaeria podem causar sintomas semelhantes. Prospecções realizadas por (Rego et al, 2004; Oliveira et al, 2004) em videiras com sintomas associados às doenças do lenho, revelaram que fungos do gênero Botryosphaeria são consistentemente identificados.
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                Na parte externa (folhagem) os sintomas da Eutipiose, considerados sintomas secundários, são atribuídos às toxinas emitidas pelo fungo, manifestando-se normalmente 5 anos após a contaminação: podem ocorrer alterações dos sarmentos, semelhantes às do nó curto, mas com entre nós uniformemente curtos e ausência de zigue-zague, nós duplos, fasciação e bifurcação; as folhas apresentam-se de tamanho reduzido, crispado, com necroses marginais que podem estender-se a toda a folha; nos cachos observa-se uma grande percentagem de abortamento antes da floração ou então desavinho (Almeida, 2007).
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                  Esta manifestação agrava-se de ano a ano e a morte dos braços ou da planta ocorre normalmente entre 3 a 5 anos após a observação dos primeiros sintomas. Os estragos desta doença refletem-se ao nível produtivo, como desavinho e redução da produção, na perda de qualidade, podendo em algumas variedades haver a redução do componente aromático, e perdas econômicas devido à necessidade de replantio das videiras mortas (Almeida, 2007).
                Os sintomas mais evidentes são observados durante os dois primeiros meses do crescimento vegetativo e especialmente quando novos ramos, medindo 25 a 50 cm de comprimento, apresentam deformação e descoloração. As folhas jovens são menores que o normal, as bordas são encurvadas e cloróticas, margens rasgadas e algumas vezes com áreas necróticas maiores com a idade. Um enfezamento marcante dos internódios acompanha o desenvolvimento das folhas. Superbrotação de ramos afetados podem ter uma mistura de bagas maiores e menores (Garrido e Sonego, 2004).
1.1.2 - Epidemiologia
                   O fungo conserva-se sobre a madeira morta, tendo a capacidade de se manter fértil durante mais ou menos 5 anos. Assim, as plantas mortas nas parcelas são fontes de inoculo que vão contaminar as plantas vizinhas (Almeida, 2007).
                O fungo entra em atividade após uma chuva de pelo menos 5mm (2 horas após o início da chuva e durante 2 a 3 dias) e o frio favorece também o desenvolvimento da doença. A sua disseminação é assegurada pelo vento para grandes distâncias, por vezes até várias dezenas de quilômetros, mantendo-se viáveis durante pelo menos dois meses. O fungo entra pelas feridas recentes, penetra no tecido vascular da videira e o seu micélio espalha-se pelos tecidos adjacentes, cerca de 4 a 14 dias após a entrada na videira. Ele desenvolve-se assim nos tecidos lenhosos e forma a característica necrose setorial. A susceptibilidade das feridas de poda à entrada do fungo varia entre três semanas no início do Inverno e menos de um dia na Primavera (Almeida, 2007).
                A doença avança lentamente nas videiras e nenhum sintoma é visto no primeiro ou segundo ano de crescimento depois da infecção. Pelo 3º ou 4º ano, um cancro é geralmente visto e acompanhado pela manifestação dos sintomas na folhagem. Vários anos podem se passar antes do comprometimento do braço ou do tronco. Pelo seu lento desenvolvimento, seu impacto econômico não é sentido até que a videira atinja a fase de maturidade (Pearson e Goheen, 1994).
1.2. - BOTRYOSPHAERIA - Este fungo é associado à causa de morte descendente de um grande número de espécies vegetal, podendo viver tanto saprofiticamente como endofiticamente (Amponsah et al, 2008).
1.2.1 - Sintomatologia
                Os primeiros sintomas desta doença incluem uma leve clorose nas folhas ou murchamento que aparecem quando o sistema de transporte de água começa a ser bloqueado (Mundy e Manning, 2010). O patógeno invade o xilema (Sun et al, 2008) resultando no bloqueio dos vasos. Nas videiras em que a Botryosphaeria bloqueou o xilema resulta em manchas necróticas. Estas manchas necróticas se expandem longitudinalmente e lateralmente na madeira. O cambio na região afetada morre, resultando num cancro visível no exterior do tronco ou do braço afetado. As videiras afetadas murcham rapidamente ou simplesmente não brotam no início da estação (Pearson e Goheen, 1988). Os cachos podem apodrecer ou podem aparecer manchas escuras sobre as bagas (Nicholas et al, 2003).
1.2.2 - Epidemiologia
                O fungo passa o inverno sobre as plantas doentes e na primavera e outono em períodos chuvosos desenvolve os picnídios (Pearson e Goheen, 1988). Danos mecânicos, como a poda, é a porta de entrada da infecção (Pearson e Goheen, 1988). A época em que ocorre o ferimento também é importante, quando há presença de seiva mantém a ferida úmida e isto potencializa o risco de ocorrência da infecção (Pearson e Goheen, 1988). A chuva é um agente importante na dispersão dos conídios (Amponsah et al, 2009). A temperatura ideal para a infecção é entre 23 e 26 ºC, mas pode ocorrer também com temperatura entre 15 e 26 ºC (Pearson e Goheen, 1988).               
                A sua disseminação faz-se com o vento e penetram na videira através das feridas da poda, degradando os tecidos do lenho, por meio de toxinas, provocando a morte das células (fungos precursores). Os tecidos mortos desta forma escurecem, mas ficam consistentes, só depois o fungo penetra neles e os digere, transformando-os numa massa esponjosa e esbranquiçada. A partir daí emitem novamente toxinas para matar os tecidos sadios adjacentes e assim vai avançando no lenho de cima para baixo, a partir da ferida por onde entrou. À volta da região destruída pelos fungos, mantém-se uma zona sã do tronco que permite temporariamente a alimentação da planta. Esta situação tem tendência a agravar-se progressivamente (Almeida, 2007).
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1.3 - COMPLEXOS DO MAL DE ESCA - Ao contrário da Eutipiose, a Esca é causada por um complexo de fungos, cuja atuação ainda hoje é mal conhecida.
                O complexo da doença esca compreende a cinco síndromes (estrias-marrons-do lenho, doença de Petri, esca-jovem, esca e esca-verdadeira), causada por agentes traqueomicóticos, Phaeomoniella chlamydospora, Phaeoacremonium aleophilum e várias espécies de basidiomicetes, entre as quais, Fomitiporia mediterranea, que foi anteriormente chamada de Phellinus punctatus e F. punctata. Além de P. aleophilum, várias outras espécies de Phaeoacremonium podem estar envolvidas na etiologia do complexo da doença esca. Tanto E. lata e Stereum hirsutum podem também contribuir para o desenvolvimento da doença (Garrido, 2015).
                   Estudos recentes demonstram claramente a relação entre os sintomas e os patógenos causadores do Esca. Surico (2009) refere-se a duas distintas condições do complexo do Esca, uma são os distintos sintomas nas folhas e outro a necrose no tronco que é familiar com outras doenças do tronco. Os sintomas nas folhas demonstrou serem comuns aos causados pelo fungo vascular Phaeomoniella chlamydosporum e Phaeoacremonium aleophilum. A necrose do lenho se relaciona com a infecção causada pelo Fomitiporia mediterranea (e outros) e conhecida como "verdadeira Esca". Onde os dois sintomas estão presentes quando as condições são consideradas próprias para o Esca (Surico, 2009; Di Marco et al, 2011).
1.3.1 - Sintomatologia
                O mal de Esca é geralmente associado com os seguintes sintomas:
                - Sintoma foliar - manchas amareladas no início da estação, coalescendo-se até se transformar em clorose intervenal de coloração vermelha/marrão, variando conforme a cultivar;
                  - Apodrecimento branco na madeira - raro em plantas novas, mas comum em plantas velhas (8 anos ou mais);
                - Manchas pretas/púrpuras nas bagas, podendo causar rachaduras;
                - Necroses pretas no lenho, visíveis num corte transversal;
                - Apoplexia, ex; morte repentina de um cordão ou da planta inteira - ocorre mais comumente em clima quente.  (Mugnai et al. 1999; Dula et al. 2007; Letousey et al. 2010; Fleurat-Lessard, 2010; Fischer e Kassemeyer, 2003).
                   Os sintomas foliares são eráticos e geralmente não visíveis nos primeiros 3 a 5 anos após o plantio  (Gramaje et al. 2010; Whiting et al. 2001).  Também foi verificado que estresse ambiental influencia grandemente o aparecimento dos sintomas do mal de Esca  (Fleurat-Lessard et al. 2010) e este argumento pode ser aplicado a todas as doenças do lenho.
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1.3.2 - Epidemiologia
                   As estrias-marrons-do-lenho, doença de Petri e esca-jovem ocorrem em estacas, mudas e plantas jovens, enquanto que a esca e esca-verdadeira são mais observadas em plantas adultas. Os sintomas das estrias-marrons-do-lenho compreendem a várias formas de descoloração, entre as quais estrias pretas nos vasos condutores do xilema e necroses escuras ou marrons circundando os vasos. Nenhum sintoma é observado nas raízes. Os sintomas externos da doença de Petri incluem redução no desenvolvimento da planta, clorose de folhas, perda de produção e redução do vigor (Garrido e Gava, 2014). Já os sintomas da esca-jovem caracterizam-se pela presença de manchas entre as nervuras e bordos da folha que, com o desenvolvimento resultam em estrias cloróticas/necróticas entremeadas por faixas verdes. O principal sintoma da esca e esca-verdadeira é a apoplexia, que é caracterizada pela morte dos ramos com o secamento das folhas e cachos, em poucos dias. Este violento secamento costuma ocorrer no meio do verão, quando o tempo seco e quente é seguido por uma chuva (Lecomte et al., 2012; Bertsch et al., 2013).
2 - AGRESSIVIDADE DAS DOENÇAS
                   Segundo Almeida (2007), dentro dos fatores que favorecem o desenvolvimento destas doenças salientam-se:
                - Clima (temperatura e umidade) exerce um papel importante no desenvolvimento destas doenças. Os períodos de chuva e frio durante a época da poda são favoráveis à dispersão dos esporos e ao desenvolvimento da Eutipiose. A Esca é considerada uma doença das regiões quentes. As condições mais favoráveis ocorrem quando a temperatura ultrapassa os 20-25 ºC. Esta é a razão porque a forma apopléctica da doença se verifica no verão, após fortes chuvas, em que a transpiração da planta não é compensada por um fornecimento suficiente de água no seu interior;
                - Podar cedo, essencialmente após períodos de chuvas e de frio, para o caso da Eutipiose. As feridas de poda mantêm-se receptivas à doença por períodos mais ou menos longos: 2 a 3 semanas em podas feitas no início do inverno diminuindo a sensibilidade à doença quando a poda é feita no fim do inverno ou início da primavera;
                - Todos os sistemas de poda que originam grandes feridas promovem a instalação destas doenças, sendo a condução em Guyot citada como mais favorável à Esca que a poda em cordão;
                - A receptividade da videira à doença está também relacionada com a idade destas, ou seja, as videiras adultas com 25-30 anos apresentam a máxima susceptibilidade, embora possa contaminar videiras jovens;
                - Há autores que referem à influência de certos porta-enxertos, como do gênero Rupestris (P1103, 101-14, 3309, R99, R110), no desenvolvimento da Esca (devido à sua riqueza em taninos);
                - Fatores que aumentem o vigor da videira, especialmente nos primeiros cinco anos da plantação (solos férteis, porta-enxertos vigorosos, adubações excessivas);
                - Todas as técnicas culturais que possam provocar feridas (cortes de poda de grandes dimensões, acidentes com maquinas e equipamentos, etc);
                - Falta de desinfecção dos utensílios de corte bem como plantas mortas deixadas sobre o solo, favorecem a disseminação dos fungos responsáveis por estas doenças.
                Com a poda realizada no início do inverno observou-se maior incidência da doença (Chapouis et al, 1998). Segundo este mesmo autor, devido à alta incidência da doença verificada no oeste dos EUA, muitos viticultores têm adotado um programa de renovação do tronco a cada 10 - 15 anos.
3 - MEIOS DE PREVENSÃO E CONTROLE
                   Temos que considerar que, tanto em videiras velhas, como em plantações novas, para o controle das enfermidades fúngicas da madeira não existem no mercado produtos fitossanitários curativos. Se deve recorrer como única opção, nestes momentos, a aplicação de medidas e tratamentos preventivos para evitar tanto sua instalação como a difusão (Palmero, 2007).
                Considerando a facilidade com que uma planta possa se infectar, é praticamente impossível evitar que isto ocorra: de um lado  a presença de esporos e conídios no ar é assegurada pela extrema polifagia do agente patogênico, além das práticas vitícolas normais assegurarem uma constante possibilidade de entrada do patógeno. Do outro lado, é impossível curar uma planta infetada, sobretudo por meio químico. Embora dispuséssemos substâncias ativas eficazes, existem muitas dificuldades de execução, primeiro pela dificuldade de identificar precocemente as plantas com alterações no lenho (a única onde se poderia ter alguma possibilidade de sucesso), devido somente a planta apresentar sintomas nas folhas após o lenho estar severamente atacado (Serra e Peretto, 2015).
                   Segundo Serra e Peretto (2015), o único meio para tentar recuperar uma planta doente é através da drástica intervenção e o procedimento é o seguinte:
                - Cortar a planta até encontrar a parte totalmente sadia e deste ponto baixar mais uns 10 cm;
                - Proteger a ferida do corte feito nesta planta;
                - Conduzir uma brotação que saia abaixo deste corte;
                - Queimar o tronco velho e doente que foi eliminado.
                Na luta para evitar a entrada destas doenças devemos tomar as seguintes precauções:
                 - Utilizar material sadio na plantação de vinhedos novos. Numa amostra do material, observar a possível existência de necroses no lenho e, em caso afirmativo, efetuar uma análise microbiológica.
                - Adotar sistemas de condução que exijam podas menos severas;
                - Evitar todas as operações que aumentem o vigor da planta, particularmente nos primeiros cinco anos de plantação, e favoreçam o desenvolvimento destas doenças. As causas mais referidas são os solos férteis, as adubações orgânicas ou nitrogenadas excessivas e porta-enxertos vigorosos;
                - Identificar as plantas atacadas na primavera (Eutipiose) e verão (Esca), marcá-las e deixar para o final a poda dessas videiras doentes;
                - A época de poda é também um fator importante para a receptividade da planta à doença, especialmente como se referiu, no caso da Eutipiose. Deve assim efetuar-se a poda o mais tarde possível, em períodos secos e sem vento;
                - Evitar grandes feridas de poda, a fim de limitar as possibilidades de entrada do fungo na planta;
                - Evitar todas as operações culturais que possam provocar feridas;
                - Arrancar as videiras mortas e nas videiras com infecções severas, cortar os braços atacados até encontrar o  tecido sadio. Este material não deve ser deixado no terreno, mas sim queimado;
                -  Desinfetar os instrumentos de poda sempre que utilizados em videiras atacadas, com hipoclorito de sódio ou álcool;
                - Em relação a todas as doenças do lenho, convém proteger as feridas, sobretudo as de maiores dimensões com um uma pasta fungicida.
                   Fungicidas proporcionam uma barreira efetiva contra a invasão dos ferimentos da poda pelo fungo, se suficiente proteção for realizada logo após a poda. Para proteção adequada cada ferimento deve ser inundado com o fungicida a fim de assegurar a cobertura de todos os vasos expostos na superfície do ferimento. Uma aplicação parcial não pode ser compensada pelo aumento da concentração do produto utilizado. Tratamentos individuais dos ferimentos após a poda ou o uso de tesouras especiais saturadas com o produto tem obtido os melhores resultados (Pearson e Goheen, 1994; Ramsdell, 1995).
Controle químico - É bom insistir que não existem tratamentos curativos para estas doenças, já que o tecido afetado só será acessível ao fungicida na região externa da lesão, o que provocará, em maior ou em menor grau, uma detenção do avanço do patógeno, porém não sua eliminação (Palmero, 2007).
                Como medida preventiva depois da poda, contra os fungos que utilizam esta via para penetrar na planta, se pode usar fungicidas do grupo dos benzimidazóis (carbendazin, metil-tiofanato) ou tebuconazole em pasta, aplicado nas feridas da poda sobre as feridas de maior diâmetro sobre a madeira de dois anos ou mais (Palmero, 2007).
Proteção das feridas de corte = Sosnowski et al (2009) testaram diversos fungicidas e obtiveram os seguintes resultados: o Carbendazin foi o fungicida mais efetivo devido a sua habilidade na proteção das feridas de corte. Pyrimethanil e Fluazinam reduziram a infecção da Eutypa, mas em menor escala para outras doenças. Piraclostrobin e Cyprodonyl + Fludioxonil apresentaram pouco controle da Eutypa, sendo menos efetivos que os outros fungicidas. Estudos realizados em EUA, África do Sul e França demonstraram que o Fusilazole é o mais efetivo no controle da Eutypa. Ácido Bórico também reduz a infecção, segundo estudos realizados pela Universidade da Califórnia (UC) Davis e na Austrália do Sul. Todos os testes foram realizados com aplicação sobre as feridas logo após a poda.
Controle biológico - O controle biológico pelo uso de fungos como o Trichoderma spp. e Fusarium lateritium e bactérias como o Bacillus subtilis, tem certo controle da Eutypa, mas sua ação é variável e os resultados menos efetivos do que o uso de fungicidas, pinturas e pastas (Sosnowski et al, 2009). John et al (2005) descreveu que o Trichoderma spp controla a Eutypa, mas o período de colonização deste fungo é longo, demorando de uma a duas semanas.

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