quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ADUBAÇÃO DA VIDEIRA

A videira é uma planta menos exigente em fertilidade do solo que outras culturas, e se a profundidade, a textura e a umidade são favoráveis, pode até produzir economicamente em solos onde a fertilidade é tão baixa que outras culturas não vingariam. Mas, a nutrição mineral tem sua importância porque influi de modo determinante sobre a qualidade da produção e se transforma como conseqüência, sobre tudo na qualidade, em uma pratica importante. De uma forma ou outra, todos os elementos minerais são indispensáveis ao desenvolvimento da videira, sejam eles macro ou micronutrientes, a tal ponto de frear ou mesmo bloquear o crescimento da planta. A necessidade global depende da participação de cada elemento, em função de suas propriedades, nas múltiplas reações químicas que constituem o metabolismo.
A adubação deve ser feita mediante diagnóstico de necessidade de nutrientes e para fazer este diagnóstico podemos nos valer de três ferramentas:
1 – Análise de solo = a análise de solo permite avaliar a fertilidade do solo, isto é; a quantidade de nutrientes disponíveis a planta.
2 – Análise foliar = a análise foliar determina a quantidade de nutrientes existentes no tecido vegetal, auxiliando-nos no conhecimento do estado nutricional da planta. Através desta analise é possível avaliar a adubação efetuada e ajustar a adubação a ser feita no próximo período.
 3 – Análise visual = durante o ciclo vegetativo, especialmente durante a maturação, é possível visualizar sintomas de deficiências, ou excesso, de nutrientes, quando há, e, é possível fazer correções no programa de adubação, obviamente, com suas limitações.
O uso das três ferramentas nos permitem avaliar o estado nutricional da planta e programar a adubação a ser feita.
Há estudos que indicam que a quantidade de nutrientes removidos pelas videiras difere conforme a variedade, o porta-enxerto e a idade da planta. Os valores abaixo são geralmente aceitos como os normalmente retirados numa safra, mas podem variar.
                        Quantidade de nutrientes extraídos pelas videiras para produzir uma tonelada de uva:
            Macronutrientes (kg)                   Micronutrientes (gr)
        Nitrogênio          7,6                 Boro                 3,4
        Fósforo              3,1                 Cobre                5,8
        Potássio           13,4                 Manganês          4,5
        Magnésio           1,3                 Zinco               10,1
        Cálcio              13,2                 Ferro                22,4      
   (Spectrum Analytic Inc)  

                   As folhas e os pecíolos ao caírem sobre o solo, ao se decomporem, restituirão parte dos nutrientes retirados. Assim acontece também com os sarmentos, se não forem retirados de dentro do vinhedo. Calcula-se que do total de nutrientes retirados no ciclo anterior, será reposto ao solo cerca de 70% do nitrogênio e 60% do fósforo e do potássio.
                        Baseados nisto, quanto à reciclagem dos nutrientes, a quantidade realmente que necessitamos repor é de:
                Nitrogênio          2,28 kg/ton
                Fósforo              1,24 kg/ton
                Potássio             5,36  kg/ton
                Mediante esta necessidade da videira, é difícil encontrar no mercado uma fórmula de fertilizante que nos de esta proporção. Por este motivo, aconselha-se a usar produtos simples e preparar a fórmula conforme a necessidade.
Quando adubar
                   O fósforo, por ser pouco móvel no solo, aconselha-se aplicá-lo numa dose única durante o inverno (Julho ou Agosto).
                O potássio podemos dividir a dose em duas épocas; a primeira no inverno e a segunda na floração.
                Quanto ao nitrogênio recomenda-se fracionar a dose em três épocas; 30% logo após a brotação, 30% após a floração (grãos tamanho chumbinho) e 40% após a colheita, antes da queda das folhas.

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